Marcia Barbosa

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Marcia Cristina Bernardes Barbosa nasceu no dia 14 de janeiro de 1960, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. Ela estudou durante toda sua vida em instituições públicas de ensino, graduou-se em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1981, tornou-se mestre e logo em seguida, doutora em 1988.

Marcia conta que seus pais queriam que ela seguisse carreiras mais tradicionais e renomadas como medicina ou engenharia. Sua admiração pela física e pela ciência começou por volta dos 15 ou 16 anos, com o incentivo de seus professores. Ela se encantou pelas atividades de experimentação na física e decidiu ser pesquisadora da área.

De acordo com Marcia, em sua época de graduação, a Física era um ambiente majoritariamente masculino. Em sua turma de física, havia apenas sete meninas além dela, que desistiram ao longo do curso, sendo ela a única mulher a se formar. Sempre notou a baixa participação feminina na física e na ciência, e,hoje em dia, com a visibilidade que conquistou, principalmente após ganhar diversos prêmios, a cientista brasileira usa sua voz para militar a favor do espaço feminino na ciência.

Suas pesquisas são principalmente relacionadas à água e suas anomalias. Além de seu trabalho na física, Marcia milita ativamente na luta pelos direitos das mulheres no espaço científico, e, por essas duas linhas de pesquisa, recebeu diversos prêmios e homenagens: Prêmio L’Oréal- UNESCO para mulheres na ciência; o Prêmio Cláudia; a Medalha Nicholson (militância nas questões de desigualdade de gênero na ciência e principalmente na física); o Prêmio Anísio Teixeira (2016, por sua atuação na pós-graduação); a Medalha do Mérito Científico que recebeu em 2018. Em 2020, foi indicada pela ONU Mulheres como uma das sete mulheres cientistas que impactaram o mundo com seu trabalho, igualmente também foi indicada pela Revista Forbes Brasil como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil.

A cientista conta que o mais difícil em ser cientista é ver outras mulheres desistirem da carreira por se tornarem mães ou por não suportarem os comentários machistas na área. Marcia acredita que, além do trabalho como cientista, é preciso trabalhar na busca da diminuição dessa “desistência” feminina. Atualmente, Marcia Barbosa é membra titular da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências e professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Marcia recebendo o Prêmio L’Oréal-Unesco para mulheres na ciência, em 2013. Imagem adaptada de: Revista Trip Uol.