Johanna Dobereiner

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Nascida em 28 de novembro de 1924 em Aussig, na Tchecoslováquia, Johanna se graduou no ano de 1950 em agronomia pela Universidade de Munique. Logo em seguida, mudou-se para o Brasil, onde foi contratada como assistente do Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas do Ministério da Agricultura (atual EMBRAPA) e naturalizou-se brasileira.

Trabalhando na área de microbiologia do solo, Johanna Dobereiner realizou grande feito nas pesquisas sobre bactérias capazes de fixar nitrogênio do solo associadas às plantas. Os resultados de sua pesquisa mostraram ser possível o crescimento das plantas sem o uso, ou pelo menos com a diminuição, de adubos químicos nitrogenados. Essa técnica foi utilizada em diversos cultivos no Brasil, como soja, cana-de-açúcar e leguminosas, resultando no aumento do plantio, na diminuição de custos e da poluição dos rios e solo pelo uso de adubos químicos. O trabalho de Johanna transformou o Brasil no segundo maior produtor de soja do mundo.

Johanna Dobereiner. Imagem adaptada de: Embrapa.

Dobereiner trabalhou em um ambiente em que a presença masculina era regra. Ela mostrou-se capaz e defendeu seus ideais, além de dividir seu tempo nos papéis de mãe de três filhos, mulher e cientista. Sua pesquisa desdobrou-se em mais de 500 trabalhos científicos publicados ao longo de sua vida e até mesmo uma indicação ao Prêmio Nobel em 1997, quando tinha 72 anos de idade. Além disso, foi a primeira mulher a integrar o quadro de direção da Academia Brasileira de Ciências.

Johanna Dobereiner é uma das cientistas brasileiras que mais se destacaram nacional e internacionalmente, uma referência na área e uma pioneira na ciência brasileira e mundial.

Johanna em laboratório. Imagem adaptada de: Divulgação Folha de S. Paulo.