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Comunicações científicas

18Caracterização e Implicações Clínicas de Ramos do Plexo Braquial – Relato de Caso

Introdução

O membro superior apresenta sua inervação proveniente de uma rede nervosa de morfologia complexa denominada de plexo braquial (TORTORA, 2016). Esta é considerada como uma estrutura periférica extensamente abordada em procedimentos cirúrgicos (EVANS, 2003). Mostra-se com uma vasta gama de entrelaçamento de fibras nervosas que se originam no pescoço desde C5 até T1, que constituem as raízes deste plexo. Tais raízes percorrem a abertura entre os músculos escalenos anterior e médio e seguem até a axila formando os troncos superior, médio e inferior e também os fascículos medial, lateral e posterior (MOORE, 2014). Estes acabam formando diversos ramos colaterais e terminais, e lesões nos seus constituintes podem afetar os movimentos e sensibilidade cutânea do membro superior. Com isso, o objetivo deste trabalho foi apresentar o relato de caso de descrição morfológica de modo a caracterizar e descrever, por meio de dissecação anatômica, a topografia dos nervos proximais do plexo braquial e suas implicações clínicas na abordagem ao paciente.

Material e Métodos

Para isso, o material cadavérico previamente preparado e conservado em formol foi selecionado. Em seguida, procedeu-se a dissecação anatômica das regiões axilar e proximal do membro superior, utilizando-se instrumentais clínicos específicos previamente definidos, incluindo tesouras, cabos e lâminas de bisturi, pinças, bem como equipamentos de proteção individual, como luvas, jaleco, entre outros. A dissecação do material foi realizada em camadas, removendo-se a pele e tela subcutânea e demais estruturas, de acordo com os princípios e técnicas de dissecação, de modo a permitir o acesso às regiões mais profundas, desta forma, propiciando a visualização dos fascículos nervosos do plexo braquial. Desta forma, foi possível a evidenciação e descrição de alguns de seus ramos.

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Resultados e Discussão

Dessa forma, após o encerramento dos procedimentos de dissecação da região para acesso ao plexo braquial, foram identificados achados que se mostraram de acordo as descrições bibliográficas clássicas (LATARJET; LIARD, 1993). Na região inferior do pescoço, as raízes nervosas do plexo braquial se mostraram unidas para formar três importantes troncos: superior, formado pela união de C5-C6; médio, que corresponde à continuação da raiz de C7 e inferior, resultado da união das raízes C8 e T1. A partir dos troncos, são formados três fascículos: o lateral, resultado das divisões anteriores dos troncos superior e médio; o medial, que corresponde à divisão anterior do tronco inferior e o posterior, formado pelas divisões dos três troncos (MOORE, 2014). Assim, foi possível observar os nervos musculocutâneo, originado no fascículo lateral e que recebe fibras provenientes de C5-C7 (TORTORA, 2016). Também foi possível identificar o seu percurso ao analisar a estruturar associadas, sendo que o mesmo se mostrou atravessando o músculo coracobraquial e descrevendo um trajeto descendente entre os músculos bíceps braquial e braquial (MOORE, 2014). Outro nervo visualizado foi o mediano, formado por duas raízes, sendo uma lateral e outra medial, unidas lateralmente à artéria axilar. Acompanha a artéria braquial, descrevendo um trajeto descendente no qual cruza em sentido medial na fossa cubital (MOORE, 2014). Da mesma forma, foi possível observar o nervo axilar, ramo terminal do fascículo posterior (C5-C6), cujo trajeto segue em direção ao colo cirúrgico do úmero. Já o nervo radial, destacou-se por apresentar um trajeto identificado na região posterior do úmero, passando pelo sulco radial entre as cabeças lateral e medial do músculo tríceps braquial (MOORE, 2014). Diferentes ramos cutâneos e motores também foram identificados. Por outro lado, o nervo ulnar, cujas fibras normalmente se originam de C8-T1, se mostrou evidente passando pelo epicôndilo medial, um importante acidente anatômico na extremidade distal do úmero. Desta forma, importantes estruturas puderam ser observadas e descritas, o que sugere uma importância clínica da região para acesso cirúrgico mediante o conhecimento de possíveis variações anatômicas, além de acesso para bloqueio anestésico, entre outros.

Conclusão

Pode-se concluir que o conhecimento da anatomia, trajeto e função dos vários nervos do plexo braquial são de extrema importância na abordagem clínica do paciente, tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento e acesso cirúrgico local.

Referências

Evans, R.C. Exame Físico Ortopédico Ilustrado. 2ª Ed, Barueri, Manole, 2003;1035.

LATARJET, M.; LIARD, R, Anatomia Humana. 2ª Ed, São Paulo, Panamericana, 1993.

MOORE, K.L.; DALLEY, A.F.; AGUR, A.M.R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed.  Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

TORTORA, G.J; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.