Introdução

Padrão Indígena

O dicionário bilíngue Noke koĩ-Português/Português-Noke koĩ é uma produção que vem sendo elaborada já há algum tempo, desde 1984, quando realizava trabalhos de campo para coletar dados para minhas pesquisas acadêmicas, entre os indígenas falantes nativos do Noke koĩ. Essa língua pertence à família linguística Páno e o povo que a fala era conhecido por Katukina, mas, em 2013, essa etnia decidiu que não mais deveria seria reconhecida assim, assumindo desde então o etnônimo Noke koĩ. Esse grupo vive em duas Terras Indígenas, no município de Tarauacá, estado do Acre, região norte do Brasil.

Construindo-se paralelamente às demais análises da língua, a elaboração deste dicionário teve início com uma pequena lista lexicográfica para consultas pessoais, que a cada passo ia aumentando na medida em que confirmava dados e que a ela outros se acrescentavam. A partir daí, a produção do dicionário vinculou-se a dois projetos colocados em práticas na década de 1990. O projeto de pesquisa Estudos das Línguas Páno (1994) e o projeto de extensão ‘O índio e a sociedade não índia’ (1997).

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O primeiro visa a reunir estudos e análises de línguas Páno, tendo como motivação inicial, a língua Noke koĩ (Katukina). O segundo, o projeto de extensão, trata de levar uma visão mais próxima da realidade indígena para não indígenas, alunos, professores e demais pessoas ligadas às escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio, como pais de alunos e comunidade em geral. É objetivo desse projeto também apresentar uma visão dos alunos não indígenas aos indígenas, por meio do acesso aos escritos produzidos durante um evento