Na língua Noke Koĩ há pouquíssimos empréstimos do português e, quando ocorrem, eles obedecem a um comportamento bastante coerente com as regras da própria língua. Eles são integrados desde os níveis fonológico, o morfológico e o sintático.
Encontrei apenas dois itens lexicais que entraram para essa língua de modo direto. Eles são 'abacate' que ficou [βa'katʲi] e 'araticum' que ficou [aɾatʲi'kũ], o primeiro não se adaptou à regra de acentuação da língua, o outro coincide a acentuação. Há também outro que deve ser empréstimo de modo direto 'chute' [ʂu'tuʔ]. Outros itens se adaptaram à fonologia como em (1) e em (2), já em outros, o empréstimo se dá somente do conteúdo semântico (3 e 4) . Exemplos:
1 'caju' | /taNtʃu/ | tãtxo | [t ̃ɘ'dʲuʔ] |
2 'serrote' | /sino-ti/ | sino-ti | 'serrote com aproveitamento do -ti' |
3 'relógio | /βaɾi-ɨN-ti/ | vari-ẽ-ti | 'sol + 1POSS + nominalizador -ti' |
4 'batom' | /kɨʂa-huʃin-ti/ | kesha-hõxĩ-ti | 'lábio + vermelho + nominalizador -ti' |
O -ti é assumido como nominalizador nos termos da própria língua para ILs que não se classificam como o nome. Por exemplo, rao matar com remédio e raõ-ti remédio. O empréstimo serrote seno-ti levou a criar outro termo na língua que foi o verbo serrar seno e o verbo veo sentar se realizar veo-ti para expressar o termo para banco.