Um estudo das tecnologias de acessibilidade voltadas para deficientes visuais em museus

Autores

Leonardo Eloi Soares de Carvalho
Hugo Alexandre Dantas do Nascimento

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Introdução

Para a maior parte das pessoas, o conceito de cegueira é algo muito definido e remete, de maneira errônea, somente para aqueles que nada veem. Daí a utilização de termos como “videntes” e “não videntes”, que classificam as pessoas entre as que veem e as que não. De modo mais amplo, a cegueira tem um reconhecimento dado pela limitação de visão, não necessariamente a falta dela. Bigate et al. (2017) afirma que

Para se estudar a deficiência visual é importante que se conheça a capacidade visual existente, como ela se apresenta, como o deficiente visual faz uso da mesma, e como usa os seus sentidos remanescentes para realizar suas atividades diárias (p. 357)

Lazzarin (2014) aponta que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, considera-se deficiência visual a diminuição de resposta daquilo que a pessoa vê decorrente de imperfeições no órgão ou no sistema vinculado e a classifica em dois grupos: pessoas cegas ou com visão abnormal. Em acordo com essa classificação, Lázaro (2016), chefe da Divisão de Pesquisa, Documentação e Informação do Instituto Benjamin Constant, afirma que o portador de deficiência visual pode ser cego ou com baixa visão: “É considerado cego aquele que apresenta desde ausência total de visão até a perda da percepção luminosa” e com baixa visão “aquele que apresenta desde a capacidade de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira ou limite seu desempenho”.

Antônio Conde, professor no mesmo instituto, segue ao encontro desse pensamento quando destaca que

diversamente do que poderíamos supor, o termo cegueira não é absoluto, pois reúne indivíduos com vários graus de visão residual. Ela não significa, necessariamente, total incapacidade para ver, mas, isso sim, prejuízo dessa aptidão a níveis incapacitantes para o exercício de tarefas rotineiras (p. 01)
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Contudo, independentemente do nível ou tipo de cegueira, o sujeito que a tem é impactado além da perda de visão, como destaca Gil(2000, Apud Lazzarin, 2014),

Dependendo da idade, principalmente se adquirida na vida adulta, em decorrência de adaptações nunca antes imaginadas, a pessoa com deficiência visual pode apresentar, por determinado tempo, perdas emocionais e limitações de habilidades para execução de tarefas. (p. 74)

Segundo o relatório e plano de ação Vision 2020, provido pela OMS – Organização Mundial da Saúde e IAPB – The International Agency for the Prevention of Blindness, e destacado no site da fundação DorinaFundação Dorina Nowill – Organização sem fins lucrativos e filantrópica brasileira voltada para atenção e inclusão social de pessoas com deficiência visual., em termos estatísticos, a cada cinco segundos uma pessoa se torna cega no mundo. Ainda de acordo com os dados das instituições, 90% dos casos ocorrem nos países emergentes e subdesenvolvidos. Essa situação indica, entre várias outras, a necessidade de atuar de maneira exclusiva nos diversos aspectos que ditam a vivência do sujeito com dificuldades visuais, incluso os que se referem aos momentos em que estão em espaços museológicos. Como destaca a Fundação Dorina, “o tratamento precoce, atendimento educacional adequado, programas e serviços especializados levam a uma vida independente e produtiva”. Mecanismos sonoros e hápticos, pisos táteis e leitores de tela são alguns dos dispositivos e interfaces que têm como premissa aumentar a inserção dos portadores de deficiências visuais nos diversos contextos sociais e culturais.

Para melhor compreender essa transitoriedade entre estados de exclusão e inclusão, provida pela performance dos sujeitos portadores de deficiências visuais no uso das tecnologias de acessibilidade, pode-se afirmar, segundo as definições dadas por Turner (1974), que esses sujeitos estão próximos de uma situação de liminaridade, dado por uma condição especial que o grupo se encontra dentro da nossa comunidade. Turner esclarece que

[…] Durante o período "limiar" intermédio, as características do sujeito ritual (o "transitante") são ambíguas; passa através de um domínio cultural que tem poucos, ou quase nenhum, dos atributos do passado ou do estado futuro. Na terceira fase (reagregação ou reincorporação), consuma-se a passagem. O sujeito ritual, seja ele individual ou coletivo, permanece num estado relativamente estável mais uma vez, e em virtude disto tem direitos e obrigações perante os outros de tipo claramente definido e "estrutural", esperando-se que se comporte de acordo com certas normas costumeiras e padrões éticos, que vinculam os incumbidos de uma posição social, num sistema de tais posições. (p. 116)
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De acordo com Turner (1974), temos que o processo de liminaridade é um estado intermédio, onde o sujeito não está nem no estado anterior e nem no posterior. Em relação ao nosso grupo de estudo, o sujeito portador de deficiência visual em processo de aprendizagem das diversas ferramentas de acessibilidade, indo dos dispositivos físicos tácteis às interfaces digitais especializadas, está em um processo liminar, fronteiriço com a sociedade que, pela possibilidade de ver, já tem como parte de si o acesso. Em um devir para um sujeito adaptado, se torna capaz de participar de um espaço social e cultural, se não com as mesmas possibilidades de vivências daqueles que não apresentam grandes limitações de visão, mas com experiências semelhantes. Entretanto, como esse processo não está inserido em um rito definido, com regras claras e próprias, com atos e símbolos obrigatórios (TURNER, 2012), é adequado esclarecer que esse grupo de portadores de deficiências visuais que se coloca em situação de aprendizagem e de utilização desses dispositivos encontra-se em uma fase liminóide“[…] (o “-óide” vem do grego eidos, uma forma, um modelo, e significa “semelhante”; “liminóide”, semelhante sem ser idêntico ao “liminar”)[…]” (TURNER, 2012, p.228) de acesso, frente ao conhecimento e às experiências que podem ser propiciadas por um determinado espaço.

Podemos dizer que os mecanismos implementados para apoiar a acessibilidade são elementos essenciais para o atravessamento desse limiar. Quanto melhores adaptados estiverem esses mecanismos para o uso pelo sujeito com deficiência visual, mais fácil será o seu processo de inclusão e, assim, de sair de uma zona de fronteira para se sentir parte de uma sociedade.

Legislação e acessibilidade

Existem diversas leis internacionais e brasileiras, federais e estaduais que dispõem sobre o apoio às pessoas com deficiência. A fundação Dorina destaca, por exemplo, o decreto-lei nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, também conhecido como Lei de Acessibilidade, que regulamenta as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. A definição legal de acessibilidade é apresentada pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, n° 13146/15, também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência, a qual especifica, em seu artigo 53, que “acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social” (BRASIL, 2015). Como afirma Rocha et al. (2018), essa visão sobre acessibilidade, normalmente usada para contexto de acesso às pessoas com deficiência, destaca a autonomia em relação ao meio. Entende-se assim que, mesmo mediada por outras pessoas ou por dispositivos de qualquer natureza, a independência do portador de deficiência, em qualquer nível ou tipo, deva ser balizadora das decisões tomadas pelos gestores dos diversos espaços públicos.

A Lei n° 13146/15 também traz outros avanços importantes. Como afirma a senadora Mara Gabrilli, relatora da lei na câmara dos deputados, o texto muda, para o Brasil, o conceito de deficiência,

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que agora não é mais entendida como uma condição estática e biológica da pessoa, mas sim como o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio com as limitações de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo (GABRILLI, 2016, p.12)

Ainda conforme a senadora Mara Gabrilli, isso significa que “a deficiência deixa de ser um atributo da pessoa e passa a ser o resultado da falta de acessibilidade que a sociedade e o Estado dão às características de cada um” (idem, p.13).

Desse modo, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência define que não se deve usar mais a expressão “pessoa deficiente”, mas “pessoa com deficiência”, o que é, segundo a lei,

aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. (idem, p. 14).

Essas mudanças são ratificadas pela World Health Organization (Organização Mundial da Saúde) que traz em seu relatório World report on vision, de 2019, uma definição similar sobre deficiência, o que demonstra o alinhamento da lei brasileira com os conceitos internacionais sobre o tema:

“Disability” refers to the impairments, limitations and restrictions that a person with an eye condition faces in the course of interacting with her or his environment – physical, social, or attitudinal.“Deficiência” refere-se às deficiências, limitações e restrições que uma pessoa com uma doença ocular enfrenta no decorrer da interação com seu ambiente – físico, social ou atitudinal (tradução do autor) (WORLD, 2019, p. 20)

Esta escolha de terminologia também vai ao encontro da Classificação Internacional de Funcionalidade, Deficiência e Saúde – CIF, adotada pela Organização Mundial da Saúde em outro relatório, o World Report on Disability, de 2011. Ele define deficiência, de maneira geral, como sendo algo complexo, dinâmico e multifuncional, e evidencia que

A transição de uma perspectiva individual e médica para uma perspectiva estrutural e social foi descrita como a mudança de um “modelo médico” para um “modelo social” no qual as pessoas são vistas como deficientes pela sociedade e não devido a seus corpos (RELATÓRIO, 2019, p. 29)

A posição adotada pela CIF em relação ao termo deficiência e suas relações com a pessoa e o meio é coerente ainda com a posição da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006):

[…] a deficiência é um conceito em evolução e [...] resulta da interação entre pessoas com deficiência e barreiras comportamentais e ambientais que impedem sua participação plena e capaz na sociedade de forma igualitária.(BRASIL, 2007 p.14)

Em relação à acessibilidade específica em espaços museológicos, temos ainda a Instrução normativa n°1 de 2003 do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico nacional (IPHAN), “que estabelece diretrizes, critérios e recomendações para a promoção das devidas condições de acessibilidade aos bens culturais imóveis” (2003). De acordo com essa normativa,

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Tendo como referências básicas a LF 10.098/2000, a NBR9050 da ABNT e esta Instrução Normativa, as soluções adotadas para a eliminação, redução ou superação de barreiras na promoção da acessibilidade aos bens culturais imóveis devem compatibilizar-se com a sua preservação e, em cada caso específico, assegurar condições de acesso, de trânsito, de orientação e de comunicação, facilitando a utilização desses bens e a compreensão de seus acervos para todo o público.

Temos assim, tanto do ponto de vista nacional quanto internacional, geral e específico para os equipamentos culturais, uma percepção clara de que as pessoas com deficiências devem poder contar com mudanças apoiadas por políticas públicas. Em particular, essas políticas devem focar em adaptar o ambiente ao sujeito com deficiência. Cabe à sociedade assumir que as barreiras que são impostas aos portadores de deficiência, quaisquer que sejam, precisam ser, se não eliminadas, minimizadas ao sujeito, e não o inverso.

Tecnologias assistivas

Para auxiliar os portadores de deficiências visuais, existem diversos mecanismos que permitem interagir com o espaço museológico e o que está contido neles. Isso inclui equipamentos que descrevem a obra por meio sonoro, luvas que simulam o contato táctil com esculturas virtuais e até obras que podem, como forma exclusiva de acesso, serem tocadas. Esses dispositivos são compreendidos como exemplos de tecnologia assistiva. Segundo Alves et al (2009),

[...] a tecnologia assistiva é um campo do conhecimento que compreende produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que tem como objetivo promover a funcionalidade para pessoas com deficiência visual no que diz respeito à autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. (apud LAZZARIN, p.75)

As tecnologias assistivas são essenciais para que os espaços museológicos permitam uma melhor recepção ao público que o frequenta. De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, a tecnologia assistiva se refere à

[…] um termo utilizado para identificar todo e qualquer recurso que facilita ou amplia habilidades de uma pessoa com deficiência. Elas podem ser usadas tanto para mobilidade, quanto para acessar uma informação. (BRASIL, 2015)

A lei, em seu artigo 74, é clara ao afirmar que “é garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida” (BRASIL, 2015). Essa mentalidade reflete no processo de pertencimento à sociedade enquanto cidadão. Como afirma Rocha et al. (2018) “a acessibilidade cria uma condição de cidadania frente a questões fundamentais do cotidiano”. Reconhecer que a capacidade autônoma de ser é inerente ao membro da sociedade sem deficiência, é entender que possibilitar que as pessoas com deficiência sejam autônomas ressignifica o próprio sujeito. Por conseguinte, o papel social que exerce como cidadão de uma sociedade e o espaço em que está inserido também mudam. Segundo a Fundação Dorina, o decreto-lei nº 5.296
estipula prazos e regulamenta o atendimento às necessidades específicas de pessoas com deficiência, no que concerne a projetos de natureza arquitetônica e urbanística, de comunicação e informação, de transporte coletivo, bem como a execução de qualquer tipo de obra com destinação pública ou coletiva. (2020)
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Por exemplo, a norma técnica da ABNT, NBR 16537:2016 Versão Corrigida 2:2018, segundo descrição da associação, estabelece critérios e parâmetros técnicos observados para a elaboração do projeto e instalação de sinalização tátil no piso, seja para construção ou adaptação de edificações, espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade para a pessoa com deficiência visual ou surdocegueira.

Outro exemplo, muito utilizado em espaços museológicos, é a audiodescrição, também normalizada pela ABNT NBR 16452:2016. Em seu item 5.11, a norma afirma como deve ser realizada a audiodescrição para museus e exposições, sendo que “a audiodescrição deve ser suficiente para garantir ao visitante o pleno entendimento das obras, inclusive quando associadas à exploração tátil”.

Sentidos e possibilidades

Imagine you are blind and your sighted friends want to visit the Museum of Fine Arts in Boston. One of the finest art institutions on the planet that houses untold riches from far corners of the earth. Art that was created by civilizations that in no way benefit from the museum or are even aware of its existence. Truly, a place that belongs to the people. Would you like to guess the number of things in the MFA that can be touched on a regular day?' The answer will not surprise you. The only thing my friend could feel was a roof tile removed from an old Boston buildingTradução do autor: Imagine que você é cego e seus amigos videntes querem visitar o Museu de Belas Artes de Boston. Uma das melhores instituições de arte do planeta, que abriga riquezas incalculáveis ​​de cantos longínquos da terra. Arte criada por civilizações que em nada se beneficiam do museu e nem mesmo sabem da sua existência. Verdadeiramente, um lugar que pertence ao povo. Você gostaria de adivinhar o número de coisas no MFA que podem ser tocadas em um dia normal? A resposta não o surpreenderá. A única coisa que meu amigo pôde sentir foi uma telha removida de um antigo prédio de Boston.. (SHALIGRAM, 2019, p. 07)

O museu é um espaço de fruição e experiência para o visitante. A partir de suas coleções, organizadas de maneira sistemática, quem está em um museu pode se envolver e ter uma vivência significativa sob vários aspectos. Essa experiência é ampliada de acordo com uma série de fatores: a pessoa que a vive, a partir do conhecimento que ela tem em relação ao que percebe; as possibilidades de interação dadas pelo museu; e, por fim, a obra em si, carregada de valores, sejam estéticos ou culturais, que permeiam a maneira como sensibilizam o visitante.

A partir dos sentidos naturais, o sujeito sente e cria um entendimento. Os sentidos são como “dispositivos para a interação com o mundo externo” (SANTAELLA, 2001, p.70). O ato perceptivo se dá então a partir da relação do corpo próprio com o mundo natural. Entender esse caminho permite com que se qualifique a importância dos sentidos. Cabe salientar que os sentidos não se limitam a cinco, como revela Santaella (2001) ao escrever que

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O corpo humano está armado com um conjunto interligado de órgãos sensórios que vão além de cinco. É esse conjunto que permite postular a existência de sentidos adicionais. Neste caso se enquadra a percepção espacial, (...), a do movimento (...) e os cinéticos, que se referem ao movimento da mão na escrita, por exemplo. Além disso, somos sensíveis a outros tipos de estímulos que surgem quando certos receptores internos são excitados, desenvolvendo processos que nos dão a sensação de sede, fome, desejo sexual etc. (p.76)

O conjunto de órgãos sensórios do corpo próprio permitem que o sujeito tenha uma percepção consistente do ambiente em que está, na medida em que a sobreposição de estímulos o leva a entender o contexto no qual está inserido. A esse conjunto de processos, aqui chamado de experiências sensoriais, tem-se também que nem sempre são dados pelo corpo do sujeito, mas por mecanismos de interface mecânicos ou não, que mediam a interação das pessoas.

O toque, por exemplo, é parte, segundo Gardner (2011), da bodily-kinesthetic intelligence, um dos oito tipos de inteligência possíveisAs oito inteligências identificadas incluem inteligência linguística, inteligência lógico-matemática, inteligência espacial, inteligência musical, inteligência cinestésica corporal, naturalista inteligência, inteligência interpessoal e inteligência intrapessoal (Gardner, 2011) de serem percebidas. Pessoas com este tipo de inteligência têm habilidade em usar o próprio corpo para criar produtos ou resolver problemas. Segundo Candlin (2006), o toque possibilita a visitantes explorarem e entenderem objetos. A experiência tátil tem sido explorada de várias maneiras pelos museus para enriquecer as sensações e a compreensão da obra e dos espaços para todos os públicos e, em especial, para os deficientes visuais. O piso tátil é um elemento que possibilita o aprendizado pelo toque: ao identificar o caminho, ele indica direção a ser seguida, guia o deficiente visual para o local desejado e evita acidentes.

O Museu do Amanhã, espaço voltado para as ciências aplicadas, localizado no Rio de Janeiro, ganha destaque neste artigo não apenas pelo valor investido em seu projeto e realizaçãoO custo total após 5 anos de construção foi em torno de 300 milhões de reais. Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/12/1719040-apos-cinco-anos-de-obras-museu-do-amanha-sera-inaugurado-no-rio.shtml, acessado em: 13/09/2020, mas também pelos recursos de acessibilidade oferecidos. O museu conta, por exemplo, segundo Oliveira (2015), com um programa especial chamado ÍRIS. A través de um cartão dotado de um chip e do registro do visitante, esse programa permite que qualquer visitante se conecte a um dos postos de interação distribuídos pelo espaço principal e dialogue com o sistema. O software pode verificar quais espaços o visitante já percorreu nessa ou em outra visita anterior e, assim, sugerir novos roteiros de exploração ou indicar novos conteúdos. No mesmo museu, disponível para os deficientes visuais, além do piso podotátil, segundo Bigate (2017), há o audioguia. Este último é uma tecnologia que

[...] auxilia o indivíduo a ter mais autonomia durante sua passagem pelo local, pois dá instruções sobre a localização e para onde se deslocar. Além disso, o aparelho faz a audiodescrição das maquetes e das exposições permanentes do espaço cultural. Segundo funcionários do Museu, os aparelhos de audioguia haviam chegado aos primeiros dias do mês de dezembro, ou seja, menos de uma semana do dia da visita dos pesquisadores, e ainda estavam sendo testados. Ainda de acordo com os funcionários, o objetivo, ao adquirirem o instrumento, é que a pessoa com deficiência visual possa usufruir das atrações sem que haja a necessidade do acompanhamento de um guia do Museu. (p. 366)
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O dispositivo de audioguia altera a performance do deficiente visual com o equipamento cultural no qual se encontra e permite com que a experiência de visita ao museu se assemelhe ao de um vidente, o que realiza o processo de inclusão. A Figura 1 mostra um usuário usando o equipamento, enquanto tem uma experiência tátil com uma maquete de parte da cidade do Rio de Janeiro.

Figura 1: Visitante com equipamento de audioguia.
Fonte: BIGATE, 2017, p. 369. Reprodução autorizada pelo autor.

Essa inclusão, para se tornar representativa de movimento do estado liminóide em que se encontra o deficiente visual, deve, para tanto, realizar não somente as possibilidades de uso dos dispositivos táteis ou obras. Ela requer também que as pessoas com deficiência estejam aptas a aprender a partir dessas experiências e participar como integrantes, e não separadas, da comunidade ou grupo social ao qual estejam inseridas (SHALIGRAM, 2019).

Shaligram distingue os trabalhos com acessibilidade nos museus usando uma classificação de três níveis: ideológico, organizacional e tecnológico. Cada nível representa processos de adequação e inclusão dos museus ao público com deficiência. No nível ideológico, o autor apresenta o Museu de Ciências de Boston como exemplo, o qual utiliza uma metodologia de inclusão que se baseia na prática do design universalO design universal atua de forma determinante na concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender simultaneamente a todas as pessoas, com diferentes características antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade (FRANCISCO; MENEZES, 2011, p. 25).: de forma igualitária, todos devem poder interagir com o espaço, se engajar de maneira cognitiva aos objetos e permitir com que os visitantes, de modo universal, possam socialmente interagir com qualquer outro. Essa metodologia indica a necessidade de avaliar a performance do deficiente visual com os dispositivos de tecnologia assistiva além de sua capacidade de uso e de interação. As tecnologias, em um devir, devem proporcionar aos deficientes visuais uma equidade social e cognitiva com a comunidade à qual pertencem. No nível organizacional, Shaligram traz como exemplo as mudanças nas políticas de inclusão no museu Victoria and Albert, as quais levaram à contratação de uma pessoa específica para tratar de assuntos relacionados à deficiência e ao acesso ao museu. No nível tecnológico, é descrito o caso de inclusão de mapas para prédios públicos pelo Google que, acessados por dispositivos móveis, podem ajudar as pessoas a se localizarem dentro dos ambientes e permitir com que um visitante tenha mais autonomia na descoberta do espaço.

Acesso Universal

Para os equipamentos culturais, ter tecnologias que permitam o acesso universal, como recomenda a normativa do IPHAN, e que ainda sejam realizadas a partir de interfaces naturais, aumenta de forma exponencial o entendimento das obras expostas e dos elementos compositivos de cada espaço museológico.

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Cantoni (2018) realizou um estudo de caso de aplicação de interação baseada em gestos naturais sobre uma coleção de tapeçarias que representam cenas da Batalha de Pavia, ocorrida em 1525. Em 2015, a coleção foi exposta de maneira temporária no Castelo Visconti de Pavia, como parte do evento Milan Expo 2015. Chamada de “1525-2015. Pavia, the Battle, the Future. Nothing was the same again” (CANTONI, 2018, p. 3), envolveu, além das tapeçarias, personagens impressos em 3D, imagens tácteis para pessoas com deficiências visuais e avatares virtuais. Outras formas de interação planejadas para a exposição foram versões digitais das tapeçarias para manipulação por movimentos baseados em gestos e por movimentos dos olhos. Segundo Cantoni, “Our work goes in the direction of NUIs, towards a more active and engaging involvement of visitors”Nosso trabalho vai na direção de NUIs (Natural User Interfaces / Interfaces Naturais de Usuários), no sentido de um envolvimento dos visitantes de uma forma mais ativa e engajada (tradução do autor). (2018, p. 3). Ao trabalhar com interfaces naturais, o projeto habilita um fator extremamente relevante para a acessibilidade, o qual é a autonomia do visitante em compreender o que estava em exposição. Em específico para o público com deficiências visuais, foram realizadas impressões tridimensionais de figuras presentes nas tapeçarias. A Figura 2 mostra algumas dessas imagens e suas respectivas imagens impressas em 3D.

Figura 2: imagens das tapeçarias modeladas e impressas em 3D.As imagens do trabalho foram autorizadas de acordo com a Creative Commons 3.0, como explicitado no artigo original.
Fonte: CANTONI et al., 2018, p. 33. Reprodução autorizada pelo autor.

Outra ação realizada para o público com deficiências visuais foi a criação de versões tácteis das tapeçarias. Como Cantoni (2018) destaca,

The possibility to touch artworks or their reconstructions is very important for blind and partially sighted visitors of museums and exhibitions. Tactile images are 3D transpositions of pictures so that they can be read and interpreted by touch. (p. 6)

A partir de um estudo prévio de quais partes eram essenciais para a compreensão das informações contidas nas tapeçarias, elas foram tratadas e impressas em relevo com três níveis de profundidade. Cantoni (2018) descreve que cada segmento continha ainda uma letra em alfabeto Braile repetida em um padrão regular, que, a partir de uma legenda também acessível pelo mesmo alfabeto, permitia associar a letra no segmento ao contexto em que estava no cenário da batalha. A Figura 3 mostra um exemplo de tapeçaria táctil exposta.

Figura 3: tapete táctil
Fonte: CANTONI et al., 2018,p. 33. Reprodução autorizada pelo autor.

Enquanto interface natural, a performance da interface táctil criada é fundamental para que o sujeito que a utiliza se desloque do contexto de não acessibilidade para o de compreensão individual e autônoma das obras culturais.

Outro projeto que trabalha a questão da autonomia, nesse caso de deslocamento entre pontos geográficos distintos, é a pesquisa de autoria de Croce et al. (2020), a qual tem como foco o apoio à navegação autônoma de pessoas com deficiência visual em patrimônios culturais. A partir de técnicas de visão computacional e sistemas de rastreamento centrados em dispositivos móveis, o projeto visa a inclusão social ao efetivar a possibilidade de vivenciar a cultura e os espaços museológicos através de uma experiência pessoal e autônoma (CROCE et al., 2020, p. 3). Esses autores dizem que:

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the smartphone camera detects the tapes in the environment using computer vision and provides user feedback in terms of vibration signals for identifying the paths. The system has been tested in permanent and temporary exhibitions in various cultural sites, such as the Farm Cultural Park (Favara, Italy), the GAM (modern art gallery) and the Branciforte Palace in Palermo (Italy), Expo 2015 in Milan, as well various other scientific events. The system has been also installed in the Blind Institute of Palermo and tested by many low vision users.a câmera do smartphone detecta as fitas no ambiente por meio de visão computacional e fornece feedback ao usuário em termos de sinais de vibração para identificar os caminhos. O sistema foi testado em exposições permanentes e temporárias em vários locais culturais, como o Farm Cultural Park (Favara, Itália), o GAM (galeria de arte moderna) e o Palácio Branciforte em Palermo (Itália), Expo 2015 em Milão, como bem vários outros eventos científicos. O sistema também foi instalado no Instituto de Cegos de Palermo e testado por muitos usuários de baixa visão (tradução do autor) (idem, p. 4)

A Figura 4 (abaixo), apresenta um dos pesquisadores com um exemplo de implementação e calibração do sistema chamado ARIANNA (pAth Recognition for Indoor Assisted NavigatioN with Augmented perception).

Figura 4: sistema sendo instalado para uso, com leitura de QRCodes para reconhecimento de posição
Fonte:Croce et al., 2020, p. 22. Reprodução autorizada pelo autor.

Ainda segundo os pesquisadores, o sistema de navegação ARIANNA não usa um GPS para localização, o que o habilita a ser utilizado também em ambientes internos. A partir de pontos de interesse localizados em caminhos demarcados, é gerada uma vibração que funciona como retorno para definir a orientação adequada ao usuário. Croce et al (2020) destaca a importância do sistema vibratório do celular como uma interface háptica, capaz de realizar diversos aspectos comunicacionais para o projeto. A intensidade da vibração, por exemplo, se torna um elemento que permite auxiliar o usuário para que a câmera do celular esteja sempre direcionada para o caminho demarcado no chão.

A visão computacional permite o reconhecimento de formas e cores no piso. Ao ignorar variações e evitar mudanças que poderiam interferir na resposta do sistema à correta identificação do caminho, o uso da visão computacional aumenta a autonomia da pessoa com deficiência visual. Na imagem abaixo, os autores destacam como o efeito de desfoque ajuda na identificação do caminho demarcado.

Figura 5: exemplos de reconhecimento a partir de sobreposição do desfoque e da identificação adequada das bordas encontradas no piso
Fonte:CROCE et al., 2020, p.26 - Reprodução autorizada pelo autor

Com vários outros recursos, como reconhecimento de atividade do usuário e estimativa de posição do aparelho, para auxiliar a identificar de maneira adequada as relações de distância entre possíveis rotas, o sistema é um avanço significativo na mobilidade autônoma das pessoas com deficiência visual.

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É possível afirmar a partir dos exemplos citados que os dispositivos e interfaces propostos mudam a maneira como o visitante pode interagir com as obras. Expandem a comunicação entre o museu e o visitante, na medida em que permitem até suplantar a informação original com novas percepções e compreensões, em principal para o público com deficiências visuais. Tais dispositivos, ao unirem a área da museologia com pesquisas voltadas para interfaces computacionais, são exemplos de ações transdisciplinares, uma das essências das humanidades digitais.

Questões em aberto

A partir do conceito de acessibilidade dado pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, as formas utilizadas pelos gestores de museus para tornarem acessíveis os espaços e exposições museológicos devem ser as que proveem “possibilidade e condição de alcance para utilização, com autonomia e segurança, dos diversos espaços, mobiliários, [..] inclusive seus sistemas e tecnologias” (BRASIL, 2015)

Neste artigo, foram relacionadas várias técnicas para adaptação do acesso aos equipamentos culturais, com ênfase ao que é dedicado às pessoas com deficiências visuais. De forma geral, é possível identificar que os dispositivos elencados resolvem, com os limites de cada proposta, as questões levantadas sobre mobilidade e percepção com a atenção aos preceitos bases da acessibilidade.

Entretanto, tendo em vista os próprios dispositivos citados, é possível afirmar que ainda há questões a serem trabalhadas. Em relação ao piso podotátil, por exemplo, Bigate (2017) nos mostra em sua pesquisa que os gestores e profissionais envolvidos na implementação do piso nos Museu do Amanhã não tomaram todos os cuidados necessários para prover a autonomia e segurança necessária para seu uso. A figura abaixo deixa claro os limites que a preparação indevida dos espaços trazem para o deslocamento do não-vidente quando da implementação inadequada da tecnologia, ao obstruir a passagem dos mesmos com aparatos físicos diversos.

Figura 6: Barreira obstruindo a passagem do usuário do piso podotátil.
Fonte:BIGATE, 2017, p. 368. Reprodução autorizada pelo autor.

Além da não observância do uso adequado das tecnologias assistivas impedirem a performance adequada dos sistemas e do usuário em seu devir para a autonomia, ainda que guiada, tais acontecimentos destacam uma questão a ser discutida pelos governos e gestores de equipamentos culturais: como fazer para que a sociedade não se coloque alheia aos problemas enfrentados pelos indivíduos não-videntes. O exemplo trazido por Bigate (2017) levanta o fato de que não é suficiente a implementação de leis, se a cultura da acessibilidade não estiver inserida de forma assertiva nos atos e pensamentos do cidadão. A legislação é relevante ao impor normativas e consequências criminais, mas os dispositivos assistivos devem ser não somente eficientes em suas propostas, mas utilizados e disponibilizados de maneira adequada, não somente pelo seu público-alvo, mas o que de alguma forma interage com o mesmo também.

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Os princípios do design universal, aplicados em espaços museológicos, levantam outra questão: a de como realizar a acessibilidade “não condicionando de forma integradora as pessoas com deficiência às adaptações especiais nos meios, mas inserindo-as de modo natural no contexto da sociedade” (BANDEIRA et al, 2018, p. 97). Um exemplo de tecnologia que trabalha assim são as portas de abertura automáticas, acionadas pela percepção de presença do usuário. Tais dispositivos, inserem as pessoas com deficiências visuais no mesmo modo de ação dos videntes. Essa ideia rediscute inclusive as tecnologias assistivas, que em geral são focadas em atender necessidades específicas dos usuários. Tais recursos assistivos, no contexto da universalização, acabam por segregar, em vez de incluir. Como cita Bandeira et al (2018), os sanitários são um exemplo: podem ser exclusivos criando espaços para usos apenas dos portadores de deficiências, ou podem ser inclusivos, quando os mesmos são feitos com assentos que podem ser utilizados tanto por pessoas comuns quanto por indivíduos com deficiências. Esse viés da universalização pode ser percebido na audiodescrição das obras expostas em museus. Interessa tanto ao vidente quanto ao não vidente uma forma de apreender melhor os diversos elementos técnicos ou artísticos que fazem parte do contexto da exposição que está sendo realizada.

Enquanto exemplos de questões sobre acessibilidade em equipamentos culturais, denotam a necessidade de constante rediscussão sobre os dispositivos e tecnologias de acessibilidade atuais e suas possibilidades de uso e performance enquanto mecanismos de inclusão na sociedade. Sem vincular sua ação em exclusivo à deficiência, as tecnologias podem balizar o comportamento da sociedade na aceitação dos portadores de deficiências enquanto concidadãos, capazes e autônomos. É o que Sassaki in Bandeira et al (2015) definem como acessibilidade atitudinal: “ os portadores de deficiências serem aceitos sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações, pelas pessoas em geral” (p. 96).

Conclusão

Como bem destaca Croce et al (2020), nos últimos anos diversas tecnologias assistivas e experimentos foram criados para auxiliar as pessoas com deficiência visual. Ferramentas como a utilizada pelo Museu do Amanhã, o audioguia, que usa a capacidade auditiva para complementar a táctil nas informações que podem ser percebidas e utilizadas como dados do meio para o sujeito não-vidente. Dispositivos que, como o sistema ARIANNA, utilizam as interfaces naturais e o corpo próprio para mediar a relação do sujeito com o espaço museológico em que se encontra.

As tecnologias assistivas, enquanto interfaces, possibilitam o devir, a realização da transição entre os estados de não acessibilidade para o de percepção e compreensão. Os portadores de deficiência visual, no decorrer do uso e da aprendizagem das funcionalidades das ferramentas, em algum momento interrompem o curso do cotidiano e realizam a transição do estado liminóide que se encontram para o do pertencimento de uma estrutura social ao qual não tinham acesso. Ainda que efêmera, persistente durante o uso do dispositivo, a performance do sujeito no uso das ferramentas e interfaces tácteis, mecânicas ou digitais, lastrea a efetividade do uso delas para o pesquisador que as desenvolveu, para os museus e para o sujeito em si.

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Os museus, espaços de memória e de comunicação, por primazia de acesso universal e diverso, ao utilizar de tais mecanismos para acessibilidade cultural, abrem caminhos para renovar seu público e tornar possível o desenvolvimento de novas questões, compreensões e experiências, sejam estas feitas por pessoas com deficiências visuais ou não. Pesquisas nesse tema devem continuar no sentido de avançar as discussões sobre as questões em aberto identificadas e de desenvolver novas ferramentas de acessibilidade.

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