Unidade 3: Biodiversidade III
Subtema 1: Biologia e Sistemática de Invertebrados
8. Filo Echinodermata
Neste filo encontramos as estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, bolachas-da-praia, pepinos-do-mar, entre outros. São marinhos (pouquíssimos de água salobra), com simetria pentarradial e podem ser pequeninos ou chegar a mais de dois metros. Vivem da zona entremarés até regiões abissais, são bentônicos, e podem ter os mais diversos hábitos alimentares, como exemplo, predadores (estrelas) ou comedores de algas (ouriços).
Possuem um endoesqueleto composto por vários ossículos calcários, um sistema vascular aquífero sem capacidade osmorreguladora, respiração cutânea por brânquias dérmicas, fecundação externa e regeneração em diversos grupos.
Considera-se a seguinte classificação dos Echinodermata:
a) Classe Asteroidea: estrelas-do-mar. Possuem 5 ou mais braços que surgem de um disco central sem articulação nítida. Ânus e madreporito na superfície aboral (termo utilizado para a região oposta à boca) e boca voltada para o substrato. Vivem em substrato duro, fundos lodosos ou arenosos, possuem cores vivas e podem everter o estômago para poder digerir a parte mole de mexilhões ainda dentro da concha. Maioria das espécies é dióica.
b) Classe Ophiuroidea: serpentes-do-mar. Corpo com cinco braços articulados, claramente distintos do disco central. Presença de vértebras esqueléticas e ausência de ânus. Madreporito ao lado da boca e órgãos viscerais somente no disco central. Sexos separados (alguns hermafroditas), gametas liberados por fendas genitais, reprodução assexuada por clivagem do disco.
c) Classe Echinoidea: ouriços-do-mar e bolachas-da-praia. Corpo globoso ou em forma de disco e placas esqueléticas formando uma carapaça rígida. Espinhos móveis. “Lanterna de Aristóteles” como aparato mastigador, com cinco dentes fixos. As bolachas-da-praia são considerados ouriços irregulares, pois possuem um grande achatamento do corpo e ausência de espinhos na superfície aboral, além de lúnulas, que são aberturas que permitem a passagem da água e reduzem o empuxo, facilitando o processo de se enterrar.
d) Classe Holothuroidea: pepinos-do-mar. Corpo carnoso e alongado, esqueleto reduzido a ossículos isolados. Coroa de tentáculos ao redor da boca que capturam partículas em suspensão. Pés ambulacrais somente nas áreas que se apoiam no substrato, indicando bilateralidade. Possuem uma árvore respiratória para respiração e excreção. Quando atacados, podem descartar parte das vísceras por forte contração muscular. Sexos separados, sendo alguns hermafroditas.
e) Classe Crinoidea: lírios-do-mar. Placas esqueléticas fundidas que deixam o corpo com formato de taça, em uma coroa com braços. Braços com pínulas laterais que permitem a captura do alimento. Sem madreporito externo, com a boca e ânus voltados para cima. Vivem fixos no substrato boa parte da vida e possuem sexos separados.
f) “Concentriciclóides”: margaridas-do-mar. Corpo em forma de disco, sem braços, com placas esqueléticas arranjadas concentricamente. Para muitos autores o grupo que compreende estes animais não é considerado uma classe distinta, mas se observa uma relação de parentesco com as estrelas e os ofiuróides.
Os equinodermos conseguiram aliar a simetria radial coma mobilidade, e, por esta razão, conseguem apresentar uma grande variedade de estratégias alimentares e hábitos de vida. Possuem um sistema nervoso descentralizado, que permite interagir com o ambiente por qualquer lado do corpo. Por possuírem simetria pentarradial, em geral, as partes corpóreas saem de um disco central.
O sistema vascular aquífero é um complexo de canais e reservatórios que funciona como um processo hidráulico, que se inicia com a penetração ativa da água do meio externo no organismo pelo madreporito. A água que entra auxilia no transporte interno e na movimentação de pés ambulacrais. Os pés podem auxiliar na locomoção, fixação, troca gasosa, alimentação e percepção do meio.