Ainda em 2022, o grupo de dança Diversus estreou, em parceria com a “Fundação Psico Ballet Maite Leon”, da Espanha, e o “Grupo Dançando com a Diferença”, de Portugal, um documentário/espetáculo chamado “Fronteiras”, ou Proyecto Fronteras. O financiamento foi por meio do Auxílio à Coprodução de Espetáculos de Arte Central Iberesceno 2021, proposto pelo Psicoballet, por Gabriela Martín León, no “Fronteiras”, com três países, três grupos com propostas inclusivas e três realidades, unidos pela tecnologia.
Tudo começa com o encontro....
Encontro de corpos, territórios, artes, culturas e intenções, para chegar às nossas fronteiras, do eu, das identidades, da diversidade e também das intersecções.
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Figura 71 - Cena com bailarino do Psico Ballet no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
Fronteiras é um projeto de dança inclusiva que vai lidar com encontros e fronteiras: nossa mente, nossa própria pele, nosso sigilo, confinamento, individualismo, nossas fronteiras geográficas, culturais, históricas e temporais.
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Figura 72 - Cena com bailarinos do Grupo Dançando com a Diferença no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
A fronteira não é uma linha, nem uma mera demarcação espacial ou temporal entre dois pontos ou territórios, nem mesmo apenas uma marca de delimitação política das nações.
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Figura 73 - Cena com bailarina do Grupo Diversus no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
A fronteira é como o potencial devir de um corpo que caminha quilômetros e cruza mares e montanhas, em busca de territórios, dignidade humana, abrigo, vida e afeto.
Assim, para que cada grupo desenvolvesse sua leitura sobre fronteira, por meio dos movimentos da dança, alguns lugares/momentos foram propostos:
1. Lugar/momento - transversal cultural:
Imagens de países, lugares fronteiriços, recurso tecnológico audiovisual.
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Figura 74 - Cena com bailarinos do Psico Ballet no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
2. Lugar/momento - pele:
A pele desde a concepção do biológico e das frentes internas. O corpo sólido, mas ao mesmo tempo a matéria incorpórea, um corpo paradoxal em si mesmo.
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Figura 75 - Cena com bailarinos do Dançando com a Diferença no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
3. Lugar/momento – do abraço e da fronteira humana:
Marcadores de identidade, associados à etnia e aos padrões de padronização dos estados coloniais de poder, conhecimento e ser.
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Figura 76 - Cena com bailarinos do Diversus no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
4. Lugar /momento - lugar de singularidade e respeito pela diferença:
Maneiras pelas quais as versões deste poder são aprimoradas ou enfraquecidas.
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Figura 77 - Cena com bailarinos do Diversus no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
5. Lugar/momento - territorialidade:
Em todos os lugares, em todos os cantos da cidade, em corpos e singularidades, expressos através de formações e musicalidades para comunidades e culturas tradicionais dos povos também tradicionais.
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Figura 78 - Cena com bailarinos do Diversus no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
6. Lugar/momento – lugar de dissolver, rasgar fronteiras (parte audiovisual da obra):
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Figura 79 - Cena com bailarinos do Psico Ballet no Espetáculo Fronteiras. - Fonte: Print de tela do espetáculo virtual no canal do Psico Ballet.
O material do documentário/espetáculo, além de apresentar a dança dos três grupos, mostra depoimentos dos diretores e de bailarinas(os) das três companhias.
Nos relatos das(os) bailarinas(os), podemos perceber algumas barreiras apontadas e dançadas, como quando a bailarina espanhola Yael diz o quanto lhe custou fazer o papel de alguém que quer passar por uma barreira e não pode. Ou, ainda, quando a bailarina brasileira Luana diz que suas próprias fronteiras vêm com o desafio e seu próprio corpo, de se ver e se sentir dançando. E, também, quando a bailarina portuguesa Mariana afirma que fronteira é uma linha que separa/divide dois estados, onde cada um tem sua forma de viver, suas regras, seu nível social e econômico, sua cultura, seus hábitos e formas de pensar. Outras concepções sobre fronteiras pensadas pelas três companhias são apresentadas no documentário.
O documentário/espetáculo virtual “Fronteiras” propõe que os três grupos façam sua leitura poética ao representarem as fronteiras que unem e que separam mundos, corpos, concepções, diferenças, entre outros aspectos que cada um imagina. Vamos assistir?