Guia de Inclusão na
Educação Física na Escola Comum

Materiais

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O que a literatura discute sobre materiais

Alguns materiais que podem ser utilizados na aula de Educação Física podem ser mais atrativos, principalmente para as crianças com deficiência intelectual, e assim facilitar a inclusão, como materiais mais coloridos como bambolês, cones, bolas diversas com diversos tamanhos, materiais em EVA, entre outros. Na maioria das escolas, infelizmente, o professor de Educação Física não tem esses materiais disponíveis, mesmo porque alguns destes se deterioram rapidamente com o uso, segundo Bezerra (2010) isso acontece principalmente nas escolas públicas. Professores pesquisados por Mahl (2012, p. 67) relatam que uma das dificuldades para aulas mais atrativas e inclusivas é a “falta de materiais pedagógicos, como bolas, redes, arcos, cestas de basquete, cordas, jogos de raciocínio”.

A realidade do professor de Educação Física que trabalha em escolas é de salários baixos e jornadas em mais de uma escola, o que dificulta a preparação mais cuidadosa do espaço e dos materiais para aula. Quando o professor tem tempo de planejamento e preparação a inclusão na Educação Física acontece com maior sucesso (ABREU, 2009; BEZERRA, 2010).

Contribuições da nossa pesquisa de campo sobre materiais

Durante as observações foi verificado que os ambientes onde são realizadas as atividades dos professores de Educação Física existem uma grande riqueza de materiais. Esses materiais eram utilizados nas aulas algumas vezes como forma de circuito, em outros momentos compunham as atividades propostas, por exemplo trabalho de manipulação de chute, arremesso e outras habilidade com bolas, com os cones se fazia alvo ou barreiras para deslocamento, com os arcos fazia-se manipulações diversas e reconhecimento do corpo, e outras estratégias. Como se pode ver nas fotos a seguir a sala de psicomotricidade possui esteiras, transport, cama elástica, rampas, escadas e plataformas vibratórias e outros materiais. Algumas vezes as esteiras e as plataformas vibratórias eram utilizadas com fim muito especifico como suporte para atividade repetitiva que tem como objetivo acalmar e reorganizar os educandos que se desestruturavam, principalmente os educandos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Verificou-se que mesmo os educandos não oralizando, ou aparentemente não entendendo as informações, os professores sempre respeitavam, explicavam e os estimulavam para o entendimento das atividades.

Sala grande branca, com piso com lajotas brancas, paredes um pouco manchada, esse espaço tem formato retangular, repleta de equipamentos, foto tirada em uma das quatro paredes da sala, privilegiando a visão central da sala, tendo a visão quase que total da sala, onde entre outros equipamentos encontram-se duas barras cumpridas baixas ao chão, um colchão preto, dois bambolês em pé e outros seis bambolês deitados no chão.

Foto 1 – Sala de psicomotricidade – Visão central.

Descrição: Sala grande branca, com piso com lajotas brancas, paredes um pouco manchada, esse espaço tem formato retangular, repleta de equipamentos, foto tirada em uma das quatro paredes da sala, privilegiando a visão central da sala, tendo a visão quase que total da sala, onde entre outros equipamentos encontram-se duas barras cumpridas baixas ao chão, um colchão preto, dois bambolês em pé e outros seis bambolês deitados no chão.

Mesma sala privilegiando o lado esquerdo da sala que tem duas camas elásticas com proteção de telas a sua volta, e ao fundo duas barras paralelas para apoiar caminhada, meias-bolas para equilíbrio, cujo o nome desse equipamento é bosu, outra cama elástica sem proteção, e outros equipamentos que se encontram guardados atrás desses.

Foto 2 – Sala de psicomotricidade – lado esquerdo.

Descrição: Mesma sala privilegiando o lado esquerdo da sala que tem duas camas elásticas com proteção de telas a sua volta, e ao fundo duas barras paralelas para apoiar caminhada, meias-bolas para equilíbrio, cujo o nome desse equipamento é bosu, outra cama elástica sem proteção, e outros equipamentos que se encontram guardados atrás desses.

Mesma sala com visão do lado em que as fotos anteriores foram tiradas, podemos ver uma mesa de pebolim, também conhecido como totó, duas esteiras de grande porte, duas plataformas vibratórias, uma com um step e outra com um colchão.

Foto 3 – Sala de psicomotricidade – visão anterior.

Descrição: Mesma sala com visão do lado em que as fotos anteriores foram tiradas, podemos ver uma mesa de pebolim, também conhecido como totó, duas esteiras de grande porte, duas plataformas vibratórias, uma com um step e outra com um colchão.

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Mesma sala, mas em uma visão panorâmica, onde o lado que ainda não foi relatado nas descrições anteriores podemos ver três bicicletas ergométrica, um aparelho que simula o movimento de esquiar ou andar com patins, chamado de Transport, e algumas cadeiras, colocadas uma do lado da outra. A frente desses equipamentos encontra-se sete cones dispostos no chão e enfileirados.

Foto 4 – Sala de psicomotricidade.

Descrição: Mesma sala, mas em uma visão panorâmica, onde o lado que ainda não foi relatado nas descrições anteriores podemos ver três bicicletas ergométrica, um aparelho que simula o movimento de esquiar ou andar com patins, chamado de Transport, e algumas cadeiras, colocadas uma do lado da outra. A frente desses equipamentos encontra-se sete cones dispostos no chão e enfileirados.

Nos relatos dos professores sobre os materiais que utilizam na instituição pesquisada foram:

...não podemos comparar a nossa estrutura, com uma estrutura do ensino comum, temos uma boa estrutura com muitos equipamentos, como plataforma vibratória, esteira de oito mil reais. Isso facilita nosso trabalho. Penso que os objetivos são o mesmo, mas a nossa realidade é um pouco diferente do que observo no ensino comum. Então não tem nem como cobrar muito do profissional que tá no ensino comum, porque eu já estive lá e sei como é...exemplo, aqui tem pula-pula, tem plataforma vibratória, essa plataforma vibratória que foi desenvolvida pela NASA para estimular o ganho de massa muscular e óssea, também estimula o equilíbrio, Além disso, tem mesas de ping-pong, tem transport, que vão ajudar o aluno a desenvolver todas as suas potencialidades (P9)

...a gente utiliza o que a gente tem de psicomotricidade mesmo, que são as tábuas de equilíbrio, os bambolês, as camas elásticas, os colchonetes, os bancos sueco, a gente tem um circuito psicomotor de escada e rampa, tem inclusive equipamentos ergométricos, esteira, transport, elíptico e bicicletas, tanto horizontal como vertical, tem também plataforma vibratória, sem contar os equipamentos menores de circuitos psicomotor, que é tábua de equilíbrio que eu já falei, bambolês, bolas e muitos outros materiais. (P5)

...esse outro espaço que é chamado de salão da psicomotricidade tem muito material e isso para o autista, se não souber usar pode dificultar o trabalho, porque ele se dispersa é muita coisa pra ele ir e também isso desperta na criança muita motivação para fazer as atividades. Diferente nas escolas, então a instituição não pode reclamar disso, se eu pudesse no plano de escola ideal teria um espaço tipo sala de dança com espelho para desenvolver outras atividades, mas isso a gente sabe que ainda não é possível, mas no projeto de escola que eu acredito teria. Aqui ainda falta espaços, espaços mais abertos sem ter relação com a família, porque a gente tem um espaço aberto, mas a a família fica. (P7)

...quase toda aula a gente coloca um arco, bola, porque eu vejo que os meninos adaptam bem a essa atividade, por exemplo, transferência de arco, de bola de vários tamanhos. Em muitas vezes essas atividades servem para acalmar o educando que está nervoso, pois sempre terá dentro da diversidade de material, um que ele se interessa e assim acaba sendo uma estratégia de aproximação com o educando (P8)

Pudemos verificar em nossas observações a riqueza de quantidade, qualidade e diversidade de materiais presentes na escola especial. Levar essa sala para a escola comum pode não ser uma tarefa tão e pode não ser a melhor opção para um trabalho inclusivo. No entanto precisamos buscar possibilidades para que a educação física escolar na escola comum conte com materiais mais atrativos e eficientes para ações pedagógicas inclusivas.

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A diversidade de materiais em uma aula de Educação Física, além de favorecer a atração da criança pela atividade e pela aula, permite que o professor possa planejar aulas diferentes com maior opção de estratégias.