Visibilidade do Esporte e
Atleta Paralímpico
Parte 2 - Visibilidade do Esporte e Atleta Paralímpico

1. Esportes paralímpicos

Página 30

Autores: Vanessa Helena Santana Dalla Déa, Lara Vitória Guimarães, Diogo Menezes, Natália Lima, Geovana Ramos, Talita Azevedo, Gleyson Batista Rios, Haryelle Santo, Cleomar Rocha, Júlia Mariano Ferreira, Natália Borges Xavier, Tatiane Hilgemberg.

Esse capitulo tem como objetivo apresentar os esportes paralímpicos, indo ao encontro da intensão desse livro de discutir e dar visibilidade para os esportes paralímpicos. Inicialmente traremos informações que consideramos importantes para que o leitor entenda a importância e os caminhos do esporte para pessoas com deficiência, trazendo o movimento de luta desse grupo por uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva e onde o movimento paralímpico se encaixa nesse contexto. E apresentaremos brevemente informações de cada uma das 24 modalidades paralímpicas programadas para as Paralímpiadas de Tóquio 2021.

2. O movimento de luta das pessoas com deficiência e o movimento paralímpico

A sociedade vem optando seguidamente pela concepção do sentido de sua existência por meio da produção, da produtividade, da máquina, do rendimento, da maximização, da otimização, e da eficiência. A busca enlouquecida pela eficiência proporciona no homem atual a incorporação da aversão pela deficiência. São muitas as bibliografias e relatos que comprovam que, desde os mais remotos da civilização, a relação das pessoas em geral com as pessoas com deficiência foi e é permeada por muitos preconceitos, estigmas e rotulações negativas (SILVA, 2009, DALLA DÉA, 2009, RIBAS, 2007, ROSA, 2007, CAMPBELL, 2001, VELHO, 1989, AMARAL, 1998, CHEVIGNY, 1946). Esta visão dificulta a inclusão e a efetivação de direitos da pessoa com deficiência na nossa sociedade.

O movimento de luta da pessoa com deficiência por uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva tem percorrido longo caminho de resistência e vitórias. Até 1850 aproximadamente essas pessoas viviam em sua maioria em uma realidade de exclusão quando surgem as escolas e instituições especiais que se engajaram para reabilitação e educação das pessoas com deficiência. Apesar de um avanço essas instituições segregavam essas pessoas separando-as de acordo com suas deficiências e necessidades. Assim em 1854 surge a Escola Benjamin Constant para cegos, em 1856 surge o Instituto Nacional de Educação para Surdos, em 1932 surge a Pestalozzi e em 1954 surgem as APAEs que se dedicam para educação de pessoas com deficiência intelectual, e em 1950 surgem as instituições de atendimento às pessoas com deficiência física impulsionadas pelo surto de poliomielite (LANNA JUNIOR, 2010).

Nesse movimento de busca por melhor condições de reabilitação e é que surge os esportes para pessoas com deficiência para atender os feridos de guerra em Aylesbury, Inglaterra. Após a segunda guerra mundial em 1940, o uso do esporte adaptado como reabilitação foi utilizado devido aos seus aspectos terapêutico e de integração social que possibilitaram aos recém-condicionados a deficiência física a sua visibilidade como “eficiente” para a sociedade (ARAÚJO, 1997).

Em 1948 houve a primeira competição oficial de pessoas com deficiências, que ocorreu no hospital de Stoke Mandeville, próximo a Aylesbury na Iglaterra, com a realização dos jogos de Stoke Mandeville sobre influência do médico precursor dos métodos de reabilitação através dos esportes e criador do Centro Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville, o neurologista Ludwig Guttmann. Com a difusão do método de Guttmann pelo mundo, em 1952, aconteceram os primeiros jogos internacionais de Stoke Mandeville. Oito anos depois, 1960, em Roma, acontecia a primeira Olimpíadas para pessoas com deficiência, dando origem aos jogos paralímpicos. (COSTA; SOUZA, 2004).

Página 31

Em 1960, o comitê organizador dos jogos de Stoke Mandeville realizou as competições em Roma, Itália, logo após os Jogos Olímpicos, utilizando os mesmos espaços esportivos e o mesmo formato das Olimpíadas. Quatrocentos atletas de 23 países participaram dos primeiros Jogos Paraolímpcos. Esses jogos ocorriam de quatro em quatro anos, e eram exclusivos para atletas com lesão medular até 1976, quando nos jogos de Toronto, Canadá, houve a inclusão dos atletas cegos e amputados, e a partir de 1980, em Arnhem, na Holanda, a inclusão dos paralisados cerebrais (MARQUES et al, 2009, p. 270).

Esse movimento de utilizar o esporte e a pratica corporal como forma de reabilitar e integrar a pessoa com deficiência cresceu e deu origem à Educação Física Adaptada como uma área de conhecimento. Para Silva (2016, p.92) a “Educação Física Adaptada teve repercussão também na Educação Física Escolar”. Segundo a autora essa repercussão foi impulsionada por uma crise epistemológica no final da década de 70 e início de 80, que questionava a exclusão dos estudantes com deficiência nas aulas de Educação Física e que encontrou na atividade adaptada um caminho considerado adequado para aquela época.

Apesar dessas iniciativas até a década de 80 as pessoas com deficiência ainda vivam como invisíveis na sociedade e encabeçaram um movimento de luta por direitos iguais às demais pessoas, com oportunidades, acessibilidade e autonomia. Em 1981 a ONU decretou o Ano Internacional das pessoas com deficiência o que trouxe visibilidade para esse movimento (LANNA JUNIOR, 2010). Iniciou-se assim uma discussão mais fortalecida para inclusão na escola, no trabalho, nas políticas públicas e em demais âmbitos da sociedade como também no esporte participação e no esporte de alto rendimento.

O movimento de luta das pessoas com deficiência e os caminhos percorridos pela inclusão escolar e na sociedade possuem semelhança do que aconteceu no esporte. A mesma exclusão que existia na sociedade também existia no esporte. O movimento de segregação que aconteceu na evolução de direitos de inclusão na educação, também aconteceu nos esportes com as instituições de reabilitação. E posteriormente a luta pela inclusão escolar, com direitos como estar nas mesmas salas que os demais com os atendimentos específicos necessários, também aconteceu na Educação Física, nos esportes de participação e no alto rendimento com os esportes paralímpicos.

Em 1964 durante os Jogos de Tóquio o termo paraolímpico começou a ser usado por meio da união das palavras paraplegia e olímpico. A partir de Seul, 1988 na Coréia do Sul, os jogos paralímpicos começaram a acontecer no mesmo local das Olimpíadas, não ocorrendo mais como movimento paralelo. A partir de 2000, os países que quisessem realizar os Jogos Olímpicos teriam que obrigatoriamente realizar os jogos Paralímpicos na mesma localização e nas mesmas instalações (COSTA; SOUZA, 2004).

O Brasil tem melhorado sua participação a cada Paralimpíadas como podemos ver na figura abaixo retirada do site do Comitê Paralímpico Brasileiro. Desde a primeira participação em 1972 até 2016 no Rio de Janeiro o Brasil apresenta melhoras ou em colocação em relação aos demais participantes ou pelo número de medalhas.

Legenda: Fonte: http://www.cpb.org.br/competicoes/jogosparalimpicos

Página 32

O esporte paralímpico pode ser uma importante possibilidade de se modificar a visão negativa que a sociedade tem da pessoa com deficiência apresentando a eficiência e superação da mesma. Atualmente no Brasil o Esporte Paralímpico tem conquistado mais medalhas e títulos que o esporte convencional, no entanto a grande maioria da sociedade não sabe desse fato e desconhece quem são esses paratletas.

O esporte paralímpico ainda é pouco divulgado e muitas vezes não se relaciona esta pratica ao esporte de alto rendimento. No entanto a exigência física e psicológica é tão grande ou algumas vezes maior que nos esportes olímpicos (MARQUES et al, 2013).

Dalla Déa et al (2011) relatam que as características da deficiência e as barreiras que esses atletas enfrentam resultam em uma maior exigência nos esportes paralímpicos do que nos olímpicos. Apesar disso no Brasil os resultados dos atletas paralímpicos tem sido mais expressivos que dos atletas olímpicos.

Mesmo com todo esse esforço e resultados significativos por parte do esporte paralímpico a sociedade pouco conhece sobre esses esportes e sobre seus praticantes campeões. Martín e Barbero (2009) relatam que os meios de comunicação de massa são bastante presentes no cotidiano das pessoas em geral e que são mediadores culturais dos fenômenos sociais, podendo ser potentes instrumentos no fortalecimento de padrões sociais ou para modificar opiniões.

Com o esporte não é diferente, Santos et al (2018) em seu estudo relata que houve progresso na cobertura dos Jogos Paralímpicos, mas que é significativamente menor que os Jogos Olímpicos. Os autores dizem que a maior cobertura dos esportes paraolímpicos poderiam “promover uma maior visibilidade acerca da diversidade humana e da realidade das pessoas com deficiência”, relatam ainda que a mídia: “poderia atuar tanto como formadora de uma cultura esportiva mais ampla e qualificada quanto como um potente meio de promoção de inclusão social das pessoas com deficiência, independentemente do tipo e grau dos comprometimentos das deficiências das mesmas” (SANTOS et al, 2018, p.07).

Com a intensão de visibilizar os esportes paralímpicos que apresentaremos as modalidades dos esportes que farão parte do próximo Jogos Paralímpicos em Tóquio 2021.

3. Modalidades paralímpicas em Tóquio 2021

Nos Jogos Paralímpicos de 2020 em Tóquio tiveram 22 modalidades , sendo elas: paratriatlo, paracanoagem, atletismo, goalball, natação, tênis em cadeira de rodas, voleibol sentado, basquete em cadeira de rodas, halterofilismo, remo, tiro com arco, bocha, futebol de 5, parabadminton, hipismo, ciclismo (de pista e de estrada), rugby em cadeira de rodas, tiro esportivo, esgrima em cadeira de rodas, judô, tênis de mesa e taekwondo. Cada modalidade é subdividida em diversas classes de acordo com o nível de deficiência que tem como objetivo tornar as disputas mais justas e equilibradas.

A figura a seguir será o emblema dos Jogos Paralímpicos de Tóquio de 2021 e tem como objetivo representar a “unidade na diversidade”, numa proposta de se pensar o esporte como possibilidade de celebrar as diferenças.

Página 33

A maioria dos esportes paralímpicos correspondem à esportes dos Jogos Olímpicos com algumas adaptações para possibilitar a participação das pessoas com deficiência, como: atletismo, basquete em cadeira de rodas, judô para cegos, natação, vôlei sentado, tênis, tênis de mesa, futebol de sete, futebol de cegos, esgrima, ciclismo, halterofilismo, arco e flecha, hipismo e tiro olímpico. Mas também existem modalidades esportivas que foram criados exclusivamente para participação das pessoas com deficiência como o goalball.

Vamos conhecê-los?

4. Atletismo

Histórico

O atletismo teve sua primeira competição em 1952 em Stoke Madeville com veteranos da Segunda Guerra mundial. Entrou nos Jogos Paralímpicos oficialmente em 1960 na Roma.

Participantes

É praticado por atletas com deficiência física, visual ou intelectual.

Como funciona

Fazem parte do atletismo paralímpico provas de pista, campo e rua, com diferentes provas de corrida (velocidade, fundo, meio-fundo e maratona), saltos (distância, altura e triplo), lançamentos (disco, dardo e club e arremessos (peso), tanto no feminino quanto no masculino. Cada prova tem regras e disputas específicas.

Classificação

A classificação ocorre de acordo com o grau de deficiência. Os que disputam provas de pista e de rua (velocidade, meio-fundo, fundo e maratona) e salto em distância, levam a letra T (de track, pista em inglês) em sua classe. Já os atletas que fazem provas de campo (arremessos e lançamentos) são identificados com a letra F (field, campo em inglês) na classificação. Na classificação para além da letra o número indica a deficiência: visual (11 a 13), intelectual (20), paralisia cerebral (31 a 38), perda de membro ou deficiência de limbo (40 a 46), cadeirantes ou competem sentados (51 a 58). Atletas com deficiência visual podem correr com o auxílio do atleta-guia (12 é opcional e 11 obrigatório), que disputa a prova ao seu lado ligado por uma cordinha, direcionando mas não puxando o corredor.

Alguns medalhistas

Lorena Salvatini Spoladone, Rocardo Alves Nunes, Petruccio Ferreira dos Santos.

5. Basquete em cadeira de rodas

Histórico

Era praticado inicialmente por ex-soldados norte-americanos feridos da 2ª Guerra Mundial, o basquete em cadeira de rodas fez parte de todas as edições já realizadas dos Jogos Paralímpicos. No Brasil foi a primeira modalidade a ser praticada, a partir de 1958, no Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis.

Participantes

Pessoas com deficiência física.

Como funciona

As cadeiras de rodas utilizadas por homens e mulheres são adaptadas e padronizadas. O jogador deve quicar, arremessar ou passar a bola a cada dois toques dados na cadeira. As dimensões da quadra e a altura da cesta seguem o padrão do basquete olímpico. São disputados quatro quartos de 10 minutos cada. Jogam em quadra cinco atletas por time.

Classificação

Na classificação funcional, os atletas são avaliados conforme o comprometimento físico em uma escala de 1 a 4,5. Quanto maior a deficiência, menor a classe. A soma desses números da equipe em quadra não pode ultrapassar 14.

Alguns medalhistas

Lia Maria Soares Martins.

Página 34

6. Bocha

Histórico

A origem da bocha tem uma origem incerta. Historiadores afirmam que no Egito Antigo e Grécia havia práticas de lazer parecidas. Foi na Itália que a bocha se tornou modalidade esportiva, rapidamente a prática se espalhou por toda a Europa. A vinda para o Brasil foi feita na década 1970 quando a bocha adaptada começou a ser praticada. A modalidade teve como antecessor o “lawn bowls”, uma espécie de bocha jogada na grama, modalidade responsável pela primeira medalhado Brasil em Jogos no Canadá, em 1976. Nos Jogos Paraolímpicos de Nova York e Stoke Mandeville a bocha surge em 1984.

Participantes

Atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas.

Como funciona

A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca (jack ou bolim). Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio, e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.

Classificação

Existem competições individuais, em pares e em equipes. A classificação conta com quatro classes de acordo com o grau da deficiência e da necessidade de auxílio ou não, sendo: BC1 (com auxílio de ajudantes), BC2 (sem auxilio), BC3 (deficiências severas com auxilio) e BC4 (deficiências severas sem auxilio).

Alguns medalhistas

Maciel Sousa Santos, Antonio Carlos Martins, Evelyn de Oliveira e Evani Soares.

7. Canoagem

Histórico

A canoagem paralímpica surgiu em 2009, por iniciativa da Federação Internacional da modalidade olímpica. O primeiro mundial do esporte foi disputado em 2010, em Poznan, na Polônia, e contou com a participação de atletas de 31 países. Desde então, a competição é disputada anualmente.

Participantes

Participam pessoas com deficiência física.

Como funciona

Na canoagem paralímpica as embarcações são adaptadas dependendo das necessidades do atleta. Dois tipos de barcos são usados: o Kayaks (K) que utilizam um remo de duas pás e as canos chamadas Va’as (V) que tem um segundo ‘pontão’ como uma bóia de apoio e uma única pá lâmina. Algumas adaptações nos barcos ou externas como gestos e comunicação por sons podem ser utilizadas, assim como alguns equipamentos extras que ajudem na segurança. O percurso é realizado em uma linha reta, demarcada por bóias, e tem 200 m de extensão. Além das disputas individuais (masculinas ou femininas), há ainda provas mistas, em barcos com capacidade para duas pessoas.

Classificação

A forma de classificação é funcional, os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes KL são para atletas que competem utilizando o caiaque, enquanto VL é a classe destinada aos que usam a embarcação Va’a. Quanto à deficiência o KL1 usa somente os braços na remada, KL2 usa tronco e braços na remada e o KL3 usa braços, tronco e pernas na remada.

Alguns medalhistas

Luis Carlos Cardoso da Silva, Caio Ribeiro.

8. Ciclismo

Histórico

Na década de 80 as pessoas com deficiência visual começaram a competir no ciclismo. A primeira vez que o ciclismo fez parte das Paraolimpíadas foi em Nova Iorque em 1984 com pessoas com paralisia cerebral, amputados e com deficiência visual. Em Seul em 1988 entrou nos Jogos o ciclismo de estrada. O Brasil estreou nas Paralimpíadas de Barcelona em 1992.

Participantes

Pessoas com paralisia cerebral, deficiência visual, amputados e com lesão medular (cadeirantes), de ambos os sexos, competem no ciclismo adaptado.

Como funciona

A modalidade tem apenas algumas diferenças do ciclismo convencional para adequar-se ao programa paralímpico. As provas podem ser de pista (velódromo) ou de estrada. Os atletas podem competir em quatro tipos de bike, de acordo com a deficiência: convencional, triciclo, tandem e handbike.

Classificação

Os ciclistas são divididos em quatro tipos de classes, sendo três para pessoas com deficiência física e e uma para deficiência visual. Na classe H1 a H5 os atletas usam a handbike, assim a impulsão acontece com os braços. Na classe T1 e T2 os ciclistas com paralisia cerebral competem em triciclos. No C1 a C5 os atletas utilizam bicicletas convencionais. O Tandem é a classe destinada as pessoas com deficiência visual. As bicicletas são de dois lugares e o ciclista da frente é vidente.

Alguns medalhistas

Lauro César Mouro Chaman.

Página 35

9. Esgrima

Histórico

A esgrima para pessoas com deficiência surgiu em 1953 e foi aplicada originalmente pelo médico alemão Ludwig Guttmann, o pai do movimento paralímpico. A modalidade é disputada desde a primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em Roma 1960. Até 1955 as regras da esgrima em cadeira de rodas ainda não estavam completamente definidas. Graças a entrada do esporte no cronograma dos Jogos Paralímpicos, a França propôs um novo regulamento. Somente quatro anos depois da estreia, nos jogos de Tóquio, é que foram realizadas competições das três categorias do esporte: sabre, florete e espada. A princípio, mulheres poderiam competir apenas florete. A partir de 1972 elas começaram a disputar também na espada.

Participantes

Praticado por pessoas com amputações, lesão medular ou paralisia cerebral.

Como funciona

O objetivo da competição é tocar o oponente para isso é preciso velocidade, agilidade, atenção e estratégia. As pistas medem 4m de comprimento por 1,5m de largura. As cadeiras de rodas ficam fixas ao chão. As armas são Florete, espada e sabre. Nas provas de florete, pontua quem tocar a ponta da lâmina no tronco do rival. Na espada, faz o ponto quem toca a ponta da arma em qualquer parte acima da cintura do rival. No sabre, qualquer toque com qualquer parte da lâmina acima do quadril do adversário vale ponto.

Classificação

A classificação ocorre, principalmente, de acordo com a mobilidade do tronco. Eles podem ser classificados em três categorias: A, B e C, sendo a C a mais severa e, a A, a menos comprometida. Na categoria A estão atletas com mobilidade no tronco, amputados ou com limitação de movimento. Na categoria B competem atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio. E na categoria C são classificados atletas com tetraplegia, com comprometimento do movimento do tronco, mãos e braços.

Alguns medalhistas

Jovane Silva Guissone, Lenilson Tavares de Oliveira.

10. Futebol de cinco

Histórico

O futebol de 5 foi incluído nos Jogos Paralímpicos pela primeira vez, em Atenas 2004. Em Atenas o Brasil foi campeão, ao superar, nos pênaltis, os argentinos por 3 a 2. A Seleção Brasileira possui mais três títulos paralímpicos: Pequim 2008, Londres 2012 e, recentemente, no Rio 2016, quando se sagrou tetracampeão. Além dos títulos, a equipe brasileira foi a primeira a marcar um gol em Jogos Paralímpicos.

Participantes

Pessoas com deficiência física e cegas.

Como funciona

A quadra usada nas partidas do futebol de 5 é a mesma do futsal com algumas adaptações, mas, desde os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004, também têm sido praticadas em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da Fifa nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores sendo um goleiro e quatro na linha. Diferentemente de um estádio convencional de futebol, as partidas de futebol de 5 são silenciosas, em locais sem eco. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10. A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la, cometerão uma falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há, ainda, um chamador que fica atrás do gol adversário para orientar os atletas so seu time. Ele diz onde os jogadores devem se posicionar em campo e para onde devem chutar.

Classificação

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind). Nos Jogos Paralímpicos, porém, competem apenas os da classe B, que são atletas cegos ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância. Ainda existe a classe B2 com atletas com percepção de vultos e B3 com atletas que conseguem definir imagens.

Alguns medalhistas

Ricardo Steinmetz Alves, Wallisson Henrique.

Página 36

11. Goalball

Histórico

Criado em 1946 pelo austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle, p Goalball tinha como objetivo reabilitar pessoas que haviam perdido a visão na Segunda Guerra Mundial. Fez parte dos Jogos de Toronto em 1976. Passou a fazer parte dos Jogos Paralímpicos em 1980 em Arnhem. As mulheres entraram para o goalball nas Paralimpíadas de Nova Iorque, em 1984.

Participantes

Participam pessoas com deficiência visual.

Como funciona

O goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. A quadra tem as mesmas dimensões das de vôlei, com 9m de largura por 18m de comprimento. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com 3 minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares e três reservas. De cada lado da quadra, há um gol com 9m de largura e 1,30m de altura. Os atletas são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores. O arremesso deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas áreas obrigatórias. O objetivo é balançar a rede adversária. A bola tem um guizo, mede 76 cm de diâmetro e pesa 1,25 kg. A torcida não pode fazer barulho no ginásio durante a partida, exceto no gol.

Classificação

A classificação dos atletas é realizada por meio da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas, independente do nível de perda visual, utilizam uma venda durante as competições para que todos possam competir em condições de igualdade. As classes são B1 para cegos ou pessoas com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância, B2 para atletas com percepção de vultos e B3 para atletas que conseguem definir imagens.

Alguns medalhistas

Victoria Amorim do Nascimento.

12. Halterofismo

Histórico

A primeira vez que o Halterofilismo Paraolímpico foi incluído nos Jogos Paraolímpicos foi em 1964 em Tóquio. A deficiência dos atletas era exclusivamente lesão da coluna vertebral e até os Jogos de Atlanta em 1996 participavam das competições apenas os homens.

Participantes

Participam pessoas com deficiência física (amputados, com lesão medular, com nanismo e com paralisia cerebral).

Como funciona

No halterofilismo as atletas executam um movimento chamado supino, deitados em um banco. Cada competidor tem três tentativas. O maior peso levantado é considerado como resultado final. Durante a disputa, três árbitros avaliam as tentativas de levantamento de peso. A bandeira branca significa que o movimento foi válido e, a vermelha, inválido. O atleta precisa ter, pelo menos, duas bandeiras brancas para que os quilos alçados sejam considerados. Para isso o atleta deve suportar o peso com os braços estendidos (posição inicial) até o comando do árbitro, depois, descer a barra até encostá-lo no corpo com uma parada evidente e por fim, elevar a barra até a posição inicial.

Classificação

Os atletas competem em Classe Única, divididos por categorias de peso corporal, assim como na versão olímpica.

Alguns medalhistas

Maria Rizonaide da Silva.

13. Hipismo

Histórico

Com objetivo de reabilitação e recreação o hipismo para pessoas com deficiência começou a ser desenvolvido na década de 1970 na Grã-Bretanha e Escandinávia. A modalidade passou a ser paralímpica em 1984 nas edições de Stoke Mvandeville e Nova Iorque. O Brasil estreou no hipismo paralímpico em Atenas em 2004.

Participantes

Atletas com deficiência física nos membros inferiores, baixa estatura, deficiência visual e com paralisia cerebral.

Como funciona

Existem dois tipos de provas: adestramento e estilo livre. No adestramento é analisado o domínio sobre o cavalo, além de proeza e elegância, após uma série de exercícios como a passe, a trote e galope. Permite que homens e mulheres disputam a mesma prova em condições de igualdade. No Estilo Livre os atletas criam suas rotinas, incorporando movimentos exigidos de modo a demonstrar harmonia entre o cavaleiro e sua montaria. Ainda existem competições em duplas livres. A pista deve ser segura, e adaptações sonoras e visuais podem ser utilizadas.

Classificação

Acontece de acordo com a deficiência e julgados pela sua capacidade ou habilidade equestre com cinco graus. No grau 1 estão cadeirantes com comprometimento severo nos quatro membros, no grau 2 competem cadeirantes ou andantes com boa funcionalidade dos braços, atletas com comprometimentos unilateral severo ou cegos, no grau 3 andantes com comprometimento unilateral, moderado nos quatro membros ou severo nos braços e atletas com deficiência visual severa, No grau 4 estão pessoas com comprometimento leve em um ou dois membros e atletas com deficiência visual moderada e no grau 5 deficiência leve física e visual.

Alguns medalhistas

Sérgio Froés Ribeiro de Oliva.

Página 37

14. Judô

Histórico

O Judô foi criado no Japão em 1882 pelo professor de Educação Física Jigoro Kano com objetivo criar uma técnica de defesa pessoal, além de desenvolver o físico, espírito e mente. No Brasil o judô chegou no ano de 1922, com a imigração japonesa. Nas paralímpiadas, o Judô foi o primeiro esporte de origem asiática inserido.

Participantes

Atletas com deficiência visual.

Como funciona

O objetivo da competição é derrubar o adversário com as costas voltadas para o chão, imobilizá-lo no solo por 20 segundos ou forçá-lo a desistir. A competição dura 5 minutos para homens e 4 minutos para mulheres. A área de competição tem entre 14m e 16m. As lutas acontecem com pequenas modificações em relação ao judô convencional. A principal delas é que o atleta inicia a luta já em contato com o quimono do oponente. Além disso, a luta é interrompida quando os lutadores perdem esse contato. Não há punições para quem sai da área de combate.

Classificação

Além das categorias por peso, os judocas são divididos em três classes, de acordo com o grau da deficiência visual. Todas começam com a letra B (blind): As classes são B1 para cegos ou pessoas com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância, B2 para atletas com percepção de vultos e B3 para atletas que conseguem definir imagens. Nos Jogos Paralímpicos, atletas de diferentes classes podem competir juntos.

Alguns medalhistas

Wilians Silva de Araújo, Karla Cardoso, Antônio Tenório.

15. Natação

Histórico

A natação faz parte das competições oficiais desde Roma 1960. O Brasil ganhou suas primeiras medalhas em Stoke Mandeville em 1984.

Participantes

Participam pessoas com deficiência física, intelectual e visual.

Como funciona

Os nados na Natação Paralímpica são os mesmos da convencional: crawl, costas, peito, borboleta e provas de medley (quatro estilos) e revezamento. As adaptações são feitas nas largadas, viradas e chegadas. Para que o nadador cego saiba o momento da virada sem trombar na borda o tapper dá um toque com um bastão com ponta de espuma em sua cabeça ou corpo. Dependendo da deficiência, a saída pode ser feita de dentro da água, com ajuda de uma pessoa ou toalha, mas não pode ser empurrado. Para obter auxílio o nadador deve fazer a solicitação que será submetida à aprovação do delegado técnico. Para nadadores com deficiência visual o toque simultâneo na virada e chegada poderá não ser exigido. Não será permitido nenhuma modificação em que o nadador possa ganhar vantagem. Nadadores que tenham resquícios visuais deverão usar óculos opaco.

Classificação

A Classificação é realizada de acordo com o grau e o tipo de deficiência e a funcionalidade ao nadar. Será usada a letra S (swimming) para Natação. No nado peito será usado SB e no medley SM. A deficiência física será da classe S1 / SB1 / SM1 a S10 / SB9 / SM10, a deficiência visual S11 / SB11 / SM11 a S13 / SB13 / SM13 e a deficiência intelectual S14 / SB14 / SM14.

Alguns medalhistas

Daniel de Farias Dias e Joana Neves.

16. Parabadminton

Histórico

Em 1995, foi criada a Associação Internacional de Badminton para Deficientes para gerir a modalidade. O parabadminton terá a sua estreia nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021. O primeiro Campeonato Mundial foi realizado em 1998, na Holanda. No Brasil, o parabadminton foi introduzido em 2006, pelo professor Létisson Samarone Pereira, no Distrito Federal.

Participantes

Pessoas com deficiência física (andantes e cadeirantes).

Como funciona

Atletas cadeirantes e andantes utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes. A quadra pode ser menor dependendo da categoria. No caso de cadeirantes (Categoria Wheelchair) a rede tem a altura diminuída (1,40m) e o saque pode ser feito com a raquete na linha da axila.

Se a peteca atingir alguma parte da cadeira é considerado como se tivesse atingido o jogador. Os pés dos atletas devem permanecer no suporte para os pés.

Existem duas modalidades: Simples e duplas, masculino e femino. Com atletas andantes (categoria Standing) se enquadram os atletas com comprometimento nas duas pernas, comprometimento em uma das pernas, em um dos membros superiores, com amputação ou má formação em uma das pernas, com ou sem prótese, jogando de muleta ou não e portadores de hemiplegia. As regras se são semelhantes do Badminton convencional. Há disputas de modalidades Simples e duplas, masculino e feminino.

Classificação

O sistema de classificação de Parabadminton da BWF conta com as seguintes classes funcionais: cadeiras de rodas (WH 1 e WH 2), pessoas que andam (SL3, SL4 e SU5), baixa estatura (SS6).

Alguns medalhistas

Marcelo Alex Conceição, Daniele Torres Souza.

Página 38

17. Remo

Histórico

Embora a sua história remonta séculos, o remo só chegou à maioridade como um esporte competitivo nos últimos 200 anos. Sendo que em 1775, na Inglaterra que o remo foi regulamentado como esporte, sendo que as primeiras disputas foram realizadas no rio Tâmisa.

No Brasil, a modalidade teve início nos anos 1980, no Rio de Janeiro. A Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (SUDERJ) iniciou um programa de reabilitação para pessoas com deficiência física, mental e auditiva utilizando o remo como ferramenta. Porém, somente em 2005, depois dos dois mundiais, a Confederação Brasileira de Remo reativou o departamento de Remo Adaptável.

Estreando como categoria oficial nos Jogos Paraolímpicos de 2008, em Pequim. Nessa modalidade os equipamentos usados nessas competições sofrem adaptações para que o atleta possa praticar o esporte.

Participantes

Pessoas com deficiência visual e física.

Como funciona

Tem como objetivo completar o percurso de 1.000 metros em linha reta no menor tempo possível em modalidades individuais, em dupla ou em quatro pessoas com timoneiro, masculina, feminina ou mista.

Classificação

Os atletas são divididos em classes conforme sua capacidade motora e cada classe compete utilizando um tipo de barco: AS (Braços e ombros. Usa o assento fixo com encosto. Barco: Single Skiff), TA (Tronco e braços. Usa assentos fixos. Barco: Double Skiff) e LTA (Pernas, troncos e braços. Usa assento deslizante. Barco: com timoneiro).

Alguns medalhistas

Elton Santana e Josiane Dias de Lima.

18. Rugby em cadeira de rodas

Histórico

Desenvolvidos por atletas tetraplégicos o Rugby em cadeira de rodas nasceu na década de 1970, em Winnipeg, no Canadá. No entanto, a modalidade só foi aparecer nos Jogos Paralímpicos em Atlanta 1996, como esporte de demonstração. A estreia oficial ocorreu quatro anos depois, em Sydney 2000, no qual os Estados Unidos conquistaram a medalha de ouro, deixando a Austrália com a prata e a Nova Zelândia com o bronze.

Participantes

Pessoas com deficiência física com tetraplegia e equivalentes.

Como funciona

O objetivo é passar da linha do gol com as duas rodas da cadeira e a bola nas mãos. Os jogos ocorrem em quadras de 15m de largura por 28m de comprimento e têm 4 períodos de 8 minutos. Assim como no rugby convencional, a modalidade para cadeirantes tem muito contato físico. São quatro atletas em cada equipe, que contam ainda com 8 reservas cada. Homens e mulheres jogam juntos.

Classificação

Os atletas são divididos em sete classes, sendo elas 0.5, 1.0, 1.5, 2.0, 2,5, 3.0 e 3.5, de acordo com sua mobilidade e resquícios de movimentos. Quanto maior a motricidade, maior a nota. Os atletas com classificações mais baixas, jogam na defesa, e, os que possuem classificações mais altas, formam o ataque. A somatória das classes em quadra não pode ultrapassar oito pontos. Para cada mulher em quadra, mais 0.5 pode ser acrescentado ao limite de pontos da equipe.

Alguns medalhistas

Alexandre Vitor Giuriato.

Página 39

19. Taekwondo

Histórico

O Taekwondo ou Tae kwon foi criado em 1955 pelo general sul-coreano Choi Hong Hi, em 11 de abril de 1955. O parataekwondo é um esporte recente que surge de uma adaptação do Taekwondo. O primeiro campeonato mundial foi realizado em 2009, na cidade de Baku, Azerbaijão. Atualmente o campeonato mundial é realizado a cada 2 anos e após 2020 se tornará anual. Em 2015 o parataekwondo foi anunciado como parte do programa paralímpico, fazendo a sua estreia em Tóquio 2021.

Participantes

Participaram pessoas com deficiência física, visual e intelectual.

Como funciona

A competição do parataekwondo é similar a seu equivalente olímpico, em formato de combate (kyorugi). Para a prática desse esporte, são usados alguns acessórios como capacetes e protetores bucais para garantir a proteção de regiões de risco dos corpos dos lutadores. A luta prioriza a execução de pontapés sobre o uso dos punhos.

Classificação

As classes esportivas do Taekwondo são definidas pela letra P (poonse - forma) e K (kiorugui – luta). A modalidade de Poonse é disputada por atletas com deficiência visual – P10, deficiência intelectual – P20, deficiência física – P30 e baixa estatura – P70. A classe KP60 é para surdos. A modalidade kiorugui é para deficientes físicos – K 40. A classe que faz parte do programa paralímpico são as classes K43 e K44, na qual os atletas da classe K43 podem competir na classe K44. K 43 – Atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia bilateral. K 44 – atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, monoplegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores. Além da divisão de classe, os atletas são divididos por categorias de pesos. Feminino: Até 49kg; Até 61kg; Até 58kg; Acima de 58kg. Maculino: Até 61kg; Até 75kg; Acima de 75kg.

Alguns medalhistas

Cristhiane Neves.

20. Tênis

Histórico

O tênis de mesa começou a ser praticado por pessoas em cadeira de rodas e entrou para o programa dos Jogos Paralímpicos de Roma 1960. A primeira participação de jogadores em pé aconteceu em Toronto 1976, junto com a estreia do Brasil na modalidade. Até os Jogos de Pequim 2008, a única conquista brasileira na modalidade havia sido em dupla. No Rio 2016, a Seleção Brasileira fez a melhor campanha de sua história, com quatro medalhas.

Participantes

Pessoas com deficiência física com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes.

Como funciona

O tênis paralímpico possui apenas algumas diferenças nas regras com relação ao convencional, como na hora do saque para a categoria cadeirante. As semelhanças com o esporte convencional são muitas, mas existe a chamada regra dos dois quiques, que determina que o atleta cadeirante precisa mandar a bola para o outro lado antes que ela toque no chão pela terceira vez. As competições são divididas entre mesatenistas andantes e cadeirantes, com jogos individuais, em duplas ou por equipes. As partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. As cadeiras utilizadas também são esportivas, com rodas adaptadas para um melhor equilíbrio e mobilidade.

Classificação

Existem duas classes. A primeira é a classe Open ou Aberta que inclui atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. E existe também a categoria Quad ou Tetra para atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo.

Alguns medalhistas

Natália Mayara Azevedo da Costa, Israel Stroh e Bruna Alexandre.

Página 40

21. Tênis de mesa

Histórico

O tênis de mesa começou a ser praticado por pessoas em cadeira de rodas e entrou para o programa dos Jogos Paralímpicos de Roma 1960. A primeira participação de jogadores em pé aconteceu em Toronto 1976, junto com a estreia do Brasil na modalidade.

Participantes

Pessoas com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes.

Como funciona

A maioria das regras no tênis de mesa paralímpico é igual ao tênis de mesa tradicional. As partidas consistem em cinco sets com 11 pontos cada um. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. O saque para pessoas cadeirantes difere. Podem ter competições individuais, em duplas ou em equipes.

Classificação

Os atletas são divididos em onze classes distintas, nas quais quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico do atleta. A classificação é realizada considerando a funcionalidade, força, restrições locomotoras, equilíbrio na cadeira de rodas e a habilidade de segurar a raquete. São cinco classes para cadeirantes, cinco classes para pessoas com deficiência física andantes e uma para pessoas com deficiência intelectual.

Alguns medalhistas

Cátia Cristina da Silva Oliveira, Israel Stroh, Bruna Alexandre, Danielle Rauen, Jhenyffer Parinos.

22. Tiro esportivo

Histórico

Os registros mais antigos do uso de armas de fogo surgem em guerras em 1346, no confronto entre ingleses e franceses. Da prática militar se origina a história do esporte. Os clubes de caça também influenciam a criação do tiro esportivo. Estreou nos Jogos Paralímpicos de 1976, em Toronto, apenas com homens. As mulheres entramnas competições quatro anos depois, em Arnhem, na Holanda. O Brasil também estreou no Jogos Paralímpicos na modalidade em 1976.

Participantes

Pessoas com deficiência física (membros superiores ou inferiores).

Como funciona

O tiro esportivo é uma modalidade que exige concentração, técnica e prática. Carabinas e pistolas de ar são utilizadas nos eventos de 10 metros de distância. Já nos 25 metros, é uma pistola de perfuração (pólvora) que toma conta da disputa. Carabinas de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m. Nas categorias variam o tipo de armas (pistola ou carabina), posições (em pé, deitada ou ajoelhada), distância ( de 10 a 50 metros), número de tiros (20 a 120), e tempo de prova (1h a 2h30).

Classificação

A classificação dos atletas é feita de acordo com o equilíbrio, a mobilidade dos membros, a força muscular e o grau de funcionalidade do tronco.

Alguns medalhistas

Geraldo von Rosenthal, Alexandre Galgani, Débora Campos e Geraldo Rosenthal.

Página 41

23. Tiro com arco

Histórico

Surgiu como atividade de caça e guerra nos primórdios da civilização, a partir de meados do século XVI, que o tiro com arcos começou a ser tratado como um esporte, e foram criados os primeiros torneios, sendo introduzido nos Jogos Olímpicos em 1900, chegando ao Brasil em 1950.

Participantes

Pessoas com amputações, paraplégicos e tetraplégicos, paralisia cerebral, doenças disfuncionais e progressivas, como a atrofia muscular e escleroses, com disfunções nas articulações, problemas na coluna e múltiplas deficiências.

Como funciona

A modalidade conta com provas individuais e por equipes, com três arqueiros em cada time. As regras do tiro com arco paralímpico são as mesmas do esporte olímpico. O objetivo é acertar as flechas o mais perto possível do centro do alvo, que fica colocado a uma distância de 70m e tem 1,22m de diâmetro, formado por dez círculos concêntricos. O mais externo vale um ponto, e o central, dez. Quanto mais próxima do círculo central estiver a flecha, maior a pontuação obtida. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco).

Classificação

No tiro com arco, os atletas são divididos em três classes, que se diferenciam pelas capacidades do atleta de ficar em pé e/ou de locomoção nos braços e tronco: Standing (ARST), ARW1 e ARW2.

Alguns medalhistas

A goiana Jane Karla Rodrigues Gogel e Hélcio Perillo.

24. Triatlo

Histórico

Acredita-se que o Triatlo convencional surgiu na década de 70. O triatlo paralímpico teve seu primeiro campeonato mundial em 1989 em Avignon, na França e vem crescendo. A modalidade estreou em Jogos Paralímpicos do Rio em 2016.

Participantes

Participam pessoas cadeirantes, amputados e cegos.

Como funciona

A prova de triatlo engloba 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida, e pode ser praticada por pessoas com variados tipos de deficiência, como cadeirantes, amputados ou cegos, com participação de homens e mulheres. Cadeirantes utilizam handcycle e cadeira de rodas para corrida.

Classificação

Seis classes diferentes compõem o triatlo paralímpico, levam em conta a deficiência e mobilidade do atleta, cinco delas para deficiências físicas e paralisia cerebral e uma para deficiência visual (parcial ou total). Cadeirantes competem na classe PTWC, que ainda é dividida nas subclasses PTWC1 para deficiências mais severas e PTWC2 para menos severas. Atletas com deficiências físicas e paralisia cerebral andantes competem nas classes PTS2 à PTS5. As classes PTVI1 à PTVI3 É destinada a triatletas cegos.

Alguns medalhistas

Fernando Aranha Rocha.

25. Vôlei sentado

Histórico

Surgiu em 1956 como adaptação para incluir pessoas com deficiência com a união de outros dois esportes: vôlei tradicional e o sitzbal. Sitzbal é uma modalidade alemã praticada por pessoas com mobilidade reduzida, mas sem rede. O voleibol paralímpico era jogado em pé até 1980 nos Jogos Paralímpicos. Mas em 2004 a modalidade em pé foi trocada pelo voleibol sentado. No Rio de Janeiro nos Jogos Paralímpicos o Brasil teve sua melhor participação conquistando o bronze com a equipe feminina, com participações de atletas e do técnico goiano, José Antônio Guedes.

Participantes

Deficiência física ou relacionada à locomoção.

Como funciona

As equipes são divididas, como no vôlei convencional, por uma rede, que no vôlei sentado é mais baixa (1,15m no masculino e 1,05m no feminino). Os times são compostos de 6 jogadores. Os sets tem 25 pontos corridos e, o Tie-Break, 15. Será vencedora a equipe que ganhar três sets. A quadra mede 10m X 6m. Os jogadores devem manter o contato com o solo o tempo todo, exceto em deslocamentos.

Classificação

A classificação é de acordo com o grau de limitação ocasionado pela sua deficiência. Os jogadores são divididos em dois grupos: os amputados e com deficiências locomotoras mais acentuadas são classificados como D (disabled) e os jogadores com deficiências menores e pequenas amputações são MD (minimally disabled). Cada equipe só pode ter dois jogadores da classe MD no time e esses devem se revesar em quadra.

Alguns medalhistas

Janaína Petit Cunha e Adria Jesus.