Se Inclui Formação docente para inclusão e acessibilidade

Acessibilidade e tecnologias assistivas no ambiente educacional

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Na legislação brasileira é utilizada a expressão “Ajudas Técnicas” no Decreto 3298/99 e no Decreto de 5296/04, que regulamentam as Leis 10.048/00 e 10.098/00. No Estatuto (Lei 13146/15) tecnologia assistiva e ajuda técnica são utilizadas como sinônimos.

Apesar das tecnologias assistivas serem direcionadas para pessoas com deficiência, cada vez mais os professores têm descoberto que muitos recursos podem ser utilizados por todos os alunos, melhorando a aprendizagem de toda a sala. Sabemos que quanto mais estímulos diferentes tivermos, ao apresentar um mesmo conhecimento, maior será a possibilidade de entendimento.

Existem tecnologias de alto custo que podem ser disponibilizadas para os alunos com deficiência pelas instituições de ensino ou por instituições específicas, como: lupas eletrônicas, impressora braile, impressora em relevo, impressora 3D, computadores leitores ou ampliadores, mouses específicos, entre outros.

Existem também tecnologias assistivas que são utilizadas cotidianamente e trazidas para o ambiente educacional pelos próprios alunos que podem ser de fundamental importância para a aprendizagem. Como é o exemplo das réguas ampliadoras e lupas usadas por alguns alunos de baixa visão, das regletes usadas por alunos cegos para escrever em Braille, das bengalas de locomoção e de aparelhos para facilitar a pessoa com deficiência física a segurar a caneta.

Legenda: Livro com impressão em braile.

Legenda: Livro de história com impressão em braile e relevos de desenhos.

Legenda: Máquina de escrita em braile.

Também existem tecnologias de baixo custo que muitas vezes são produzidas pelos próprios professores ou pela equipe de atendimento educacional especializado das instituições. Alguns exemplos são gráficos, desenhos e figuras que tem seus contornos elevados por algum material alternativo, e que podem permitir que alunos cegos e com baixa visão percebam as formas pelo tato. Esses contornos podem ser elevados por um barbante colado, por cola 3D (como se pode ver na foto abaixo) que é comprada em qualquer papelaria por preço muito barato, ou reforçando o desenho em cima de alguma tela, como a tela que utilizamos na janela para evitar entrada de mosquito.

Legenda: Reglete com punção para escrita em braile.

Legenda: Máquina fusora para impressão com relevo.

Legenda: Cola 3D para alto relevo.

Legenda: Lupa ampliadora simples.

Peças em 3D podem favorecer os alunos com baixa visão e cegos a obter o conhecimento por meio do tato. Muitos cursos utilizam o estudo de formas geométricas e outras formas específicas, caso de cursos como matemática, engenharia, arquitetura, entre outros. Peças anatômicas de resina compradas prontas ou elementos em 3D podem ser produzidas para cursos relacionados a ciências biológicas, como medicina, fisioterapia, educação física e outros, ajudam todos a compreender as estruturas do corpo humano. Formas feitas em 3D em uma impressora própria que na maioria das vezes utiliza-se de filamentos de plástico.

Legenda: Lupa eletrônica.

Legenda: Régua de assinatura para cego ou baixa visão.

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Caso sua instituição não tenha impressora 3D com criatividade e empenho é possível produzir muitos elementos com materiais recicláveis e dobraduras. Muitos alunos cegos e com baixa visão utilizam um programa específico que tem como função fazer leitura com voz de tudo que o mouse ou o cursor passar por cima. É bem interessante que os professores baixem um desses programas em seus computadores para perceberem como os alunos leem os textos e livros indicados nas disciplinas. Indicamos o Dosvox que é um programa gratuito, criado pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que pode ser encontrado no site do Dosvox (http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/.

Na Universidade Federal de Goiás existe o Laboratório de Acessibilidade Informacional que faz adaptação de materiais bibliográficos para os estudantes com deficiência da instituição e também possui espaço de estudo com equipamentos de tecnologia assistiva aberto à toda comunidade.

Legenda: Frame vídeo do Laboratório de Acessibilidade Informacional da UFG. Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=S9xaixy8WYU